Temas de Redação

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1- Tem sido cada vez mais frequente ver crianças tentando a todo custo se inserir no mundo dos adultos, deixando de lado as fases que devem ser vividas na infância. Crianças comprando maquiagens, celulares, indo para academia não são, atualmente, ocorrências incomuns à sociedade. No entanto, quais são os danos dessa precoce adultização dos pequenos? Será que eles estão preparados psico e fisicamente para a vida adulta sem terem atingido maturidade? O que se perde com o abandono das experiências que são próprias da infância? Quem são os responsáveis e quais seriam as soluções?


Ser criança é coisa do passado para as novas gerações de brasileirinhos. Elas estão cada vez mais expostas aos apelos do consumismo exacerbado, à erotização precoce e às agendas extracurriculares apertadas, que não deixam espaço para brincadeiras sem compromisso. E são laçadas cada vez mais cedo. Para as meninas, a cobrança é ainda maior. Espécie de miniadultas, elas se vestem como as mães e, tão novas, têm hora marcada no salão de beleza para fazer as unhas, alisamento no cabelo e mechas californianas nas pontas. Para quem tem mais de 4 anos, a indústria começa a oferecer sutiã para aumentar os seios, maquiagem e sandálias de salto. 





Preocupados com essa realidade, pelo menos 100 casais passaram a manhã de ontem na Paróquia Nossa Senhora Rainha, no Bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, discutindo maneiras de lidar com o fenômeno da chamada adultização infantil. O workshop foi promovido pelo movimento Resgatando a Infância, fundado há um ano e meio por especialistas de diversas áreas, que já conta com a adesão de cerca de 300 pessoas no Facebook. “Por mais que a gente alerte nos consultórios, os pais não conseguem enxergar a gravidade da situação dos seus filhos, que estão tendo sua infância encurtada e a adolescência esticada. Elas estão embarcando na onda. Se a filha da fulana faz, a minha também pode”, diz a coordenadora do movimento, Cristina Silveira, psicopedagoga e psicanalista infantil.

Antes da hora, meninos e meninas são chamados a participar do mundo dos adultos, seja assistindo à televisão até tarde, navegando descontrolados pela internet ou saindo à noite para restaurantes com os pais, que não têm mais tempo livre com as crianças. “A sensação que eu tenho é que estão colocando a criança para pilotar um avião, mas ela ainda não sabe dirigir nem um velotrol. Etapas estão sendo queimadas”, compara a pediatra Filomena Camilo do Vale. Ela lembra que, antigamente, criança era proibida de participar de conversa de gente grande. “Hoje, elas são chamadas a dar palpite na separação dos pais, no noticiário do dia e até nas consultas com a pediatra. Elas estão vivendo e participando de problemas que muitas vezes não dão conta de opinar”, alerta.

 Na semana passada, a pediatra atendeu o caso de uma pequena paciente que, aos 10 anos, parecia profundamente entristecida. Apertou os pais contra a parede, que buscaram apurar a causa da mudança de humor. Por intermédio da rede de relacionamentos virtuais Facebook, a garota tinha acessado um site de pornografia. “Ela ficou tão chocada com o que viu que ficou triste, não sentia mais vontade de viver nem conversar. Era demais para alguém que não tinha glândulas mamárias”, explica Filomena. Ela se reuniu com a criança para explicar a diferença entre a pornografia e o sexo feito com amor. “A marca da infância é a alegria. Criança não combina com depressão. As crianças estão adoecendo”, alerta a pediatra. Apesar de estar autorizado para a faixa acima de 13 anos, o Facebook tem cadastradas mais de 7,5 milhões de crianças usando o endereço de e-mail emprestado até dos próprios pais. 

As cenas se repetem cotidianamente nas portas dos colégios particulares da capital mineira. No aguardo dos pais, babás ou motoristas, os alunos travam uma guerra de celulares para avisar que a aula acabou e já podem ir buscá-los. As meninas retocam o batom e postam fotos das colegas na internet. “Queria que o quadro negro fosse um espelho bem grande”, brinca M., de 10 anos, que usa a câmera do telefone para checar se o cabelo está arrumado. Ela conta que a amiga J. leva no bolso do uniforme duas cores de batom, rímel e espelho. “Em todo intervalo da aula ela retoca a maquiagem. Acho uma bobagem. No lugar do espelho, levo meu telefone”, explica.

A mãe da menina, a empresária A., é dona de loja de roupas infantojuvenis em shoppings de luxo na capital. Para a empresária, o comportamento é geral: “Quem não sofre com isso está mentindo. Tenho mães que compram R$ 5 mil em roupas para as filhas e deixam elas usarem saias minúsculas de paetês. Nem é tanto a roupa que incomoda na minha filha, é o fato de ela achar que é dona do próprio nariz e querer ir ao cinema sozinha com a turma da escola. Não dá”, desabafa. Segundo a psicopedagoga Cristina Silveira, as meninas se vestem como mocinhas, mas ainda não têm maturidade para enfrentar o assédio que vão passar a receber. “As escolas viraram um shopping para oferecer produtos extraclasse. Não basta ofertar o ensino ou a parte cognitiva. É preciso ajudar as famílias a nutrir com valores e criar uma moldura social para proteger as crianças. A família tem de ser forte e não ceder”, ensina.

Números

47%
das crianças com idade entre 9 e 16 anos, no Brasil, entram na internet todos os dias, segundo a pesquisa TIC Kids On-line 2012

59% 
das crianças de 5 a 9 anos já utilizaram um celular e 24% dos pequenos já têm um aparelho próprio aos 9 anos, segundo pesquisa TIC Crianças 2010

5h
é o tempo médio que a criança brasileira fica na frente da televisão por dia, segundo dados de pesquisa do Ibope em 2011. Elas assistem a cerca de 40 mil propagandas em um ano


Adultização infantil: uma realidade que deve ser combatida?

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2- A Câmara dos Deputados aprovou no fim de março o texto do Marco Civil da Internet. A lei tramita agora no Senado. O Marco Civil é a regulamentação, por meio de normas, relacionadas ao uso da internet, até então considerada no Brasil como uma espécie de "território sem lei". O assunto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e trancou a pauta da Câmara. O assunto é polêmico pois, de um lado, muitos acreditam que a internet deve continuar como está: sem regulamentação específica, onde usuários têm liberdades garantidas. Por outro lado, há quem já foi vítima até mesmo de crimes cometidos via internet e sofre com a falta de enquadramento dos autores na legislação atual. 

A Câmara dos Deputados aprovou em votação simbólica, nesta terça-feira (25), o texto do Marco Civil da Internet, que estabelece uma espécie de "Constituição", com regras para a web. Apenas o PPS, que faz oposição ao governo federal, votou contra a matéria. [Portal R7.com - leia na íntegra]

A Câmara dos Deputados aprovou na noite dessa terça-feira, dia 25, o novo Marco Civil da Internet brasileira. Debatido desde o início de 2011 e turbinado ano passado por conta do "Caso Snowden", a legislação agora passa a ser debatida no Senado para posterior sanção da Presidência da República.  Embora do ponto de vista legal represente um avanço no sentido de assegurar direitos do internauta - haja vista consagrar um princípio básico da internet - na neutralidade, do ponto de vista prático, pouca coisa mudará. [CanalTech - leia na íntegra]

"Acho que a "governança" da Internet deve se basear na colaboração e na interação dos diversos setores que compõem a rede. Claro que há tópicos (como o combate a crimes e à espionagem) que podem necessitar de acordos e colaboração entre governos. Mas, no geral, a rede deve ser o mais desregulamentada possível." [ Portal R7.com - leia na íntegra]

Marco Civil da Internet: avanço ou retrocesso?

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3-  Como seria um mundo onde todos têm as mesmas oportunidades de conquistar o que desejam, como educação de qualidade, uma carreira brilhante, viagens pelo mundo, casa própria, entre outros? Onde a preocupação em pagar as contas no final do mês não fosse uma das principais aflições da população? Para alguns, o mundo é assim. Mas para a grande maioria, não. A desigualdade social faz com que o que alguns enxergam como algo do cotidiano, por outros seja visto como algo extraordinário, quase inalcançável. O abismo entre os pobres e os ricos continua existindo e determinando quais são os sonhos possíveis para uns e outros, mas não para todos. Há como diminuir essas diferenças e conquistar um mundo mais justo e igualitário, de um modo geral? 


A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos países na atualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos. [Brasil Escola - leia na íntegra]

Mais bem pago gestor de fundos de hedge dos Estados Unidos, David Tepper ganhou no ano passado US$ 3,5 bilhões, valor que grande parte dos americanos só conseguiria receber se vivesse 68 mil anos, considerando a renda média de US$ 51 mil em 2013. A fortuna dá a ele uma cadeira cativa no cada vez mais próspero 1%, cuja distância dos restantes 99% é crescente. O abismo ajuda a explicar por que um livro sobre desigualdade escrito por um até agora não célebre economista francês se tornou um best-seller instantâneo no país capitalista por excelência. O nome de Thomas Piketty frequenta colunas de jornais, debates na academia, talk shows e discussões em mesas de bares e restaurantes. [Portal R7.com - leia na íntegra]

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada há dois dias pelo IBGE mostra que os mais ricos (1% da população) avançaram mais em 2012 do que os 10% mais pobres, ao contrário de anos anteriores. Foram analisados na pesquisa fatores como o mercado de trabalho e o acesso à educação, a serviços públicos e a bens duráveis, entre outros. (...) Quando se considera a renda não apenas dos salários, mas também de alugueis, aposentadorias, transferências de renda e aplicações, a diferença entre os mais ricos e os mais pobres aumentou mais. [Hoje em dia - leia na íntegra]


Desigualdade: um desafio ou um efeito colateral irremediável?

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3 - Jovens da periferia, porém vestidos com roupas de marca, ganharam o noticiário nacional e até internacional nos últimos dois meses. O motivo foram os chamados "rolezinhos", passeios por shoppings centers combinados pela internet e que chegaram a reunir mais de mil jovens em uma das ocasiões. O grande movimento chamou a atenção de quem estava no local e dos lojistas que, assustados, chamaram a polícia. A partir de então, começou o debate: afinal, ir em grupo ao shopping é crime? O bando de jovens que se veste de forma parecida e ouve funk nos corredores dos centros comerciais ameaça a segurança de consumidores e lojistas? Assim que ganhou o noticiário, os rolezinhos se tornaram polêmicos. E, ao mesmo tempo, se multiplicaram pelo Brasil. Em alguns casos, a justiça autorizou a proibição dos rolezinhos. Em outros, os shoppings não ganharam o direito de barrar os grupos. Para solucionar o impasse, cogita-se até mesmo levar os rolezinhos para outras áreas.

A gíria não é nova. “Dar um rolê” ou “dar um rolezinho” são expressões já comuns em vários espaços urbanos e expressam a prática de passear pela cidade, divertir-se. A diferença dos atuais rolezinhos é que eles estão sendo programados a partir de redes sociais, reunindo centenas (ou milhares) de jovens e dirigindo-se aos shoppings centers. (...) A maioria desses jovens vive nas periferias das cidades. Ao chegarem aos centros comerciais, eles passeiam pelos corredores e praças de alimentação, paqueram, tiram fotos, cantam e executam alguns “passinhos” utilizados nos bailes funk. [Brasil Escola - Leia na íntegra]
Igualdade e desigualdade, provocação e inofensividade, celebração e medo se misturam nos "rolezinhos"; num plano mais abstrato, ordem e progresso, ao lado de desordem e estagnação, fazem do fenômeno um retrato especialmente nítido do Brasil de nossos dias. [Folha de São Paulo - Leia na íntegra]

Populares e polêmicos devido aos recentes conflitos em shoppings de São Paulo, os rolezinhos recebem diferentes definições de especialistas, acadêmicos e militantes. Mas os encontros organizados pelos jovens ganham novas interpretações quando se conversa com os protagonistas dessa história, os integrantes de comunidades da periferia. "O Morador do Jardim Castro Alves em São Paulo, identificado apenas como Lucas, aos 14 anos, planeja a segunda edição de um rolezinho no Sesc Interlagos em São Paulo. O estudante já participou de outros três encontros: “É como se fosse uma festa, mas em lugar público. Várias pessoas que se conhecem estão lá e se divertem”, conta. [Agência Brasil - Leia na íntegra]

A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) afirmou na manhã desta quarta-feira, 22, que, desde que começou a onda de "rolezinhos", os shoppings onde os atos são realizados tiveram queda de até 25% no movimento. O presidente da entidade, Nabil Sahyoun, confirmou uma reunião com ministros em Brasília na próxima semana e disse que os centros de compras continuarão fechando as portas, se necessário. [Estadão - Leia na íntegra]

Rolezinhos, quais as possíveis interpretações deste fenômeno?
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4- O surgimento de favelas, antes de mais nada, é um fenômeno intrínseco aos processos de urbanização acelerada que atingiram diversas cidades ao longo do planeta. Além do senso comum de que as favelas são originadas porque "pessoas sem conhecimento ocupam zonas irregulares", elas são consequência de um histórico processo de desigualdade e exclusão social que não ofereceu condições para que as classes menos abastadas tivessem como terá regiões dignas de habitação. Lugar de grandes manifestações culturais populares, mas também centro de inúmeros problemas sociais, as favelas já fazem parte do cenário urbano, mas são necessárias políticas públicas que busquem melhorar a qualidade de vida da população que habita essas regiões, que, muitas vezes, não dispõe de saneamento básico, está situadas em áreas de risco, como morros e encostas; entre outra infinidade de problemas.

Favelização é o processo de surgimento e crescimento do número de favelas em uma dada cidade ou local. Trata-se de um problema social, pois tais moradias constituem-se a partir das contradições econômicas, históricas e sociais, o que resulta na formação de casas sem planejamento mínimo, oriundas de invasões e ocupações irregulares.
No entanto, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a favela não nasce “do nada”, ou “da preguiça” que as pessoas possuem em procurar trabalho, ou “da ignorância” delas em habitar zonas irregulares de moradia, como os morros. É preciso deixar de lado essa onda de preconceitos e desinformações para que se possa realmente compreender a questão.
A problemática da formação de favelas no espaço da cidade está diretamente ligada a dois principais fatores: a urbanização e a industrialização.
A relação entre a industrialização e a formação de favelas situa-se, principalmente, a partir da constituição do êxodo rural, que é a migração em massa da população do campo para a cidade. Esse fenômeno é decorrente dos processos de mecanização do meio rural e de concentração fundiária, ou seja, com a industrialização do campo, o homem foi substituído pela máquina e passou a residir e buscar emprego em áreas urbanas.
Além disso, a industrialização das grandes cidades também está diretamente ligada a tal ocorrência. Isso porque as pessoas – e isso é muito evidente no Brasil – passaram a buscar moradia e melhores condições de vida nas principais cidades do país, aquelas com maior industrialização, contribuindo para a sua rápida urbanização e para a ocorrência da macrocefalia urbana.
Não por acaso, as maiores cidades do Brasil são aquelas que apresentam o maior número favelas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Mas não se engane: a formação desse tipo de moradia não é resultante do excesso de população, e sim de sua concentração em função de diversos fatores, além de ser uma consequência direta das desigualdades econômicas e históricas que se materializaram no processo de produção do espaço geográfico.
Conforme informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil já ultrapassou a marca de 11 milhões de pessoas morando em favelas, o que é equivalente a cerca de 6% da população total, um número superior à população total de Portugal. Desse contingente de pessoas, 80% delas são de regiões metropolitanas, o que nos ajuda a perceber como a urbanização está diretamente associada ao surgimento das favelas.
A origem das favelas, além de estar associada à industrialização e à urbanização das sociedades, também é uma consequência histórica do processo de escravismo que marcou a história do Brasil. Segundo uma pesquisa realizada pelo professor doutor em Geografia, Andrelino Campos, o final do tráfico negreiro e da escravidão estão diretamente associados à formação das primeiras ocupações irregulares nos morros cariocas. Segundo aponta o pesquisador, os ex-escravos, além da população mais pobre, passaram a habitar os morros por estes ficarem mais próximos de zonas que ofereciam vagas no mercado de trabalho.
Portanto, podemos dizer que o processo de favelização revela as consequências das desigualdades socioeconômicas que marcam a produção do espaço e contribuem para a segregação urbana e cultural das classes menos abastadas da sociedade.

Favelização: as origens desse problema social urbano e as medidas que podem ser tomadas para melhorar a qualidade de vida da população.

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5- Em meio ao caos em que se encontra a política, reflexões e propostas de soluções tendem a pairar sobre a sociedade. Afinal, o que fazer diante de tantos casos de corrupção, políticos fajutos, calamidades que assolam a sociedade, falta de investimentos em áreas básicas para a população, entre tantos outros problemas? Talvez, a resposta para essa pergunta esteja na raíz da questão: a definição de política e do fazer político. Há uma grande diferença entre aqueles que nasceram para abdicar de seus ideais e objetivos próprios em prol do bem-estar coletivo e entre aqueles oportunistas que fazem da política um meio de enriquecimento individual. O grande Rubem Alves já deixou isso bem claro ao delimitar as diferenças entre o político por vocação e o político por profissão.


Sobre política e jardinagem

De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim vocare, quer dizer chamado. 
Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um ‘fazer’. No lugar desse
‘fazer’ o vocacionado quer ‘fazer amor’ com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que  não ganhasse nada.
‘Política’ vem de polis, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e 
manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.
Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam  com jardins. Quem mora no deserto sonha com oásis. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu ‘o que é política?’, ele nos responderia, ‘a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas’.
O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se à sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.
Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem 
amor mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele 
tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade. A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos. 
Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de 
esperança.
Vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. 
Na profissão o prazer se encontra não na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva. O 
homem movido pela vocação é um amante. Faz amor com a amada pela alegria de fazer amor. 
O profissional não ama a mulher. Ele ama o dinheiro que recebe dela. É um gigolô.
Todas as vocações podem ser transformadas em profissões O jardineiro por vocação ama o 
jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de todos para construir seu jardim 
privado, ainda que, para que isso aconteça, ao seu redor aumente o deserto e o sofrimento.
Assim é a política. São muitos os políticos profissionais. Posso, então, enunciar minha segunda tese: de todas as profissões, a profissão política é a mais vil. O que explica o desencanto total do povo, em relação à política. Guimarães Rosa, perguntado por Günter Lorenz se ele se considerava político, respondeu: ‘Eu jamais poderia ser político com toda essa charlatanice da realidade... Ao contrário dos ‘legítimos’ políticos, acredito no homem e lhe desejo um futuro. O político pensa apenas em minutos. Sou escritor e penso em eternidades. Eu penso na ressurreição do homem.’ Quem pensa em minutos não tem paciência para plantar árvores. 
Uma árvore leva muitos anos para crescer. É mais lucrativo cortá-las.
Nosso futuro depende dessa luta entre políticos por vocação e políticos por profissão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da 
vergonha de serem confundidos com gigolôs e de terem de conviver com gigolôs.
Escrevo para vocês, jovens, para seduzi-los à vocação política. Talvez haja jardineiros 
adormecidos dentro de vocês. A escuta da vocação é difícil, porque ela é perturbada pela 
gritaria das escolhas esperadas, normais, medicina, engenharia, computação, direito, ciência. 
Todas elas, legítimas, se forem vocação. Mas todas elas afunilantes: vão colocá-los num 
pequeno canto do jardim, muito distante do lugar onde o destino do jardim é decidido. Não 
seria muito mais fascinante participar dos destinos do jardim?
Acabamos de celebrar os 500 anos do descobrimento do Brasil. Os descobridores, ao chegar, 
não encontraram um jardim. Encontraram uma selva. Selva não é jardim. Selvas são cruéis e 
insensíveis, indiferentes ao sofrimento e à morte. Uma selva é uma parte da natureza ainda 
não tocada pela mão do homem. Aquela selva poderia ter sido transformada num jardim. Não
foi. Os que sobre ela agiram não eram jardineiros. Eram lenhadores e madeireiros. E foi assim que a selva, que poderia ter se tornado jardim para a felicidade de todos, foi sendo 
transformada em desertos salpicados de luxuriantes jardins privados onde uns poucos 
encontram vida e prazer.
Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo 
destino. Então, ao invés de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiveram o amor e a paciência de plantar árvores à cuja sombra nunca se assentariam. 
( Rubem Alves - Folha de S. Paulo, Tendências e Debates, 19/05/2000.)


Político por vocação e político por profissão: será este o embate que poderá mudar a história do país? 
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6 - Em meio às eleições, assuntos de cunho político sempre ganham mais força e nos levam a fazer inúmeros questionamentos. A situação política no Brasil é caótica, são inúmeros os escândalos de corrupção que envolvem aqueles que escolhemos como nossos representantes para lutarem por um país melhor. A descrença e desmotivação pairam sobre os cidadãos que, de mãos atadas, pouco podem fazer para mudar essa realidade. O voto, o maior símbolo da democracia, é a única arma da população para tentar modificar essa realidade. No entanto, e se a população optasse por anular seu voto? Esta seria uma forma válida de protesto para combater a corrupção e modificar o cenário político vigente? Ou seria apenas um ato de passividade mediante a problemática que atinge a situação política atual?

Adianta votar nulo?

O voto nulo é um protesto que funciona? Tem algum poder para pressionar o governo? Saiba o que sociólogos e políticos acham da questão mais polêmica das eleições

por Texto Liliana Pinheiro


É um saco. Você liga a TV e as mesmas palavras aparecem: desvio de dinheiro público, improbidade administrativa, caixa 2. Sem falar nos deslizes que os governos cometem mesmo quando são bem-intencionados. Diante de tanta desilusão com a política no Brasil, muita gente decide chutar o balde, recusar todos os candidatos de uma vez e votar nulo. Outros se perguntam se, afinal de contas, o ato de anular tem algum valor para melhorar o país. No orkut, o site de relacionamentos, há 55 comunidades que tratam explicitamente do voto nulo: 44 são a favor; 8, contra; 3 registram prós e contras, sem posição firmada. O assunto também está na TV. A MTV, em agosto, foi acusada de fazer propaganda do voto nulo em uma vinheta que sugeria ao público jogar ovos e tomates nos políticos. No ano de 2002, a última eleição presidencial, 7 milhões de brasileiros escolheram votar nulo. Será que esses votos são resultado de uma atitude digna? Ou significaram simplesmente tomar uma decisão alienada de jogar um direito no lixo?

Na história, o voto nulo já foi uma bandeira ideológica. Era uma idéia básica dos anarquistas, um dos movimentos utópicos que nasceram no século 19 e fizeram sucesso no começo do século 20. Para eles, votar nulo era uma condição para manter a própria liberdade, se recusando a entregá-la na mão de um líder. Anarquistas como o filósofo francês Pierre-Josef Proudhon não viam grande diferença entre reis tiranos que oprimiam seus súditos e presidentes eleitos pela maioria. “Não mais partidos, não mais autoridade, liberdade absoluta do homem e do cidadão”, pregava Proudhon. O sonho dos anarquistas era uma sociedade organizada pelas próprias pessoas, sem funcionários, sem autoridades e sem líderes.
Hoje, esse discurso utópico está empoeirado. Parece coisa do passado. Mas há quem se pergunte se um pouco da utopia da década de 1930 não serviria como uma opção coerente diante de tantos problemas e absurdos da democracia. A favor ou contra o voto nulo, todos concordam que o atual sistema político do Brasil tem problemas muito mais profundos que a escolha de um ou outro candidato. Segundo o IBGE, mais de 30% dos brasileiros não sabem quem é o governador de seu estado. Dois em cada 10 brasileiros não conseguem dizer quem é o presidente da República, e só 18% praticaram alguma ação política, como fazer uma reclamação ou preencher um abaixo-assinado. “A democracia virou um espetáculo de televisão que emerge apenas durante a época de eleições”, afirma o sociólogo Edson Passetti, pesquisador do Departamento de Política da PUC-SP. “O cidadão renunciou a sua consciência crítica e migrou para uma posição de opinião pública, que é forjada pela televisão.” Para Passetti, votar nulo não serve para eliminar corruptos da política, mas pode funcionar como uma crítica generalizada. “Optar pelo voto nulo é saudável como protesto contra todo um sistema.”
Anular também parece uma boa para quem não se contenta ou não vê diferença entre os candidatos. “Política é escolha. E o voto nulo é uma escolha como qualquer outra”, afirma Francisco de Oliveira, professor de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP). Não se trata de um acadêmico que enxerga a política apenas teoricamente. Hoje com 71 anos, Francisco participou do governo do presidente João Goulart até 1964. Com o golpe militar, teve que sair do Brasil para não ser perseguido pela ditadura. Na década de 1980, se uniu a um grupo de amigos e ajudou a fundar o PT, partido com a maior bancada na Câmara dos Deputados. Mas, na próxima eleição, se o segundo turno se confirmar entre os dois candidatos a presidente líderes nas pesquisas, Francisco pretende anular. “Como os candidatos já abdicaram da política para seguir a ordem financeira internacional, parecem todos iguais”, afirma.
A campanha da MTV sobre as eleições, apesar de a emissora afirmar que não pretendeu incentivar o voto nulo, também colocou todos os candidatos no mesmo saco. Com zurros de burro ao fundo, a vinheta recomendou: “Cuidado. De um lado, o governo sujo pela corrupção e pela hipocrisia. De outro, a oposição que pensa que todo mundo é idiota e não se lembra do que fizeram quando estavam no governo”. E o que aconteceria se a maior parte dos eleitores tomasse uma decisão coletiva de recusar todos os candidatos e votasse nulo?
Nulo na prática
Ninguém sabe, nem mesmo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um passeio pela internet e pelo orkut propicia uma festa de aberrações na forma de campanhas pela anulação. Afirma-se, por exemplo, que os pleitos (para cargos majoritários ou proporcionais) seriam cancelados caso houvesse mais de 50% de votos nulos. Isso é conversa fiada, avisa o TSE. No caso da eleição para deputados federais, estaduais e senadores, pode haver maioria folgada de votos nulos, que, ainda assim, os deputados tomarão posse. Mesmo se tiverem meia dúzia de votos. A Constituição garante que servem somente os votos válidos (excluindo-se os nulos e brancos) e ponto final. Já no caso de presidente e governador, nem o TSE tem certeza do que aconteceria. É que existem duas leis conflitantes sobre o tema. A Constituição, de 1988, reza que valem só os votos válidos. Mas o Código Eleitoral, de 1965, prevê a anulação em caso de mais de 50% de votos nulos numa eleição majoritária. Se isso ocorrer, o impasse deve seguir para julgamento do TSE e depois do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiria ao sabor da pressão política. A democracia no Brasil provavelmente ficaria abalada. A insegurança política resvalaria na economia, com os investidores estrangeiros retirando seus dólares do país.
Mas enquanto o voto nulo ficar como quarta ou quinta preferência do eleitor, por volta dos 10% dos votos, é difícil que vire pressão política. Isso porque, para muitos especialistas, os políticos brasileiros pouco se importam com o que o eleitor está pensando. “Poucos vão se impressionar, tal o nível de desapreço à opinião do eleitor, que se mede pelo cinismo com que políticos trataram os recentes episódios de corrupção”, diz Claudio Weber Abramo, diretor-executivo da organização Transparência Brasil, entidade que reúne organizações não-governamentais de combate à corrupção. “O voto de protesto chegou a fazer sentido na ditadura. Hoje, não.”
Quando o país votava escrevendo em cédulas de papel, era comum aparecerem entre os vencedores personagens esquisitos, como o rinoceronte Cacareco, campeão de votos a vereador de São Paulo em 1958, ou o bode Cheiroso, eleito vereador em Pernambuco (veja outros casos na página a seguir). Hoje, sem a cédula de papel, os bichos estão fora da votação. Para protestar na urna eletrônica, ou se digita um número inexistente ou se escolhe um candidato pitoresco. Mas, aí, o risco é grande. Em 2002, por exemplo, 1,6 milhão de eleitores votaram no excêntrico Enéas Carneiro, do Prona, para deputado federal. Ninguém pode dizer se os votos foram por convicção ou deboche. O fato é que a expressiva votação de Enéas garantiu, pelo critério de representação proporcional, que outros 5 candidatos de seu partido chegassem ao Congresso com ele. Alguns tinham menos votos que o bode Cheiroso que conquistou os pernambucanos.
Sem se valer de bichos ou candidatos diferentões, o voto nulo perde efeito. “Os corruptos não darão a mínima. Estão blindados por seus partidos”, afirma o cientista político Bolívar Lamounier. Para ele, outro problema da anulação seria como identificar o voto de protesto entre os que vêm de erros durante a votação. Lamounier fez estudos sobre o pleito de 1970, quando houve uma chamada dos estudantes em favor do voto nulo para desafiar a ditadura, e o de 1974, quando as lideranças políticas já punham em dúvida esse expediente. “Conseguimos identificar o protesto em apenas um terço dos votos inutilizados na cédula de papel. O restante era decorrente de erro ou desinformação”, diz. “Hoje, com a urna eletrônica, é impossível saber o que é voto de protesto.”
É por isso que a maioria dos intelectuais e especialistas em política considera o voto nulo uma bobagem. “Dar uma de avestruz, enfiando a cabeça na areia e deixar o vendaval passar, é a melhor forma de comprometer negativamente o futuro do país”, disse à Super o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello. Para ele, já é suficiente fazer uma escolha responsável, que diminua o poder dos corruptos. “O voto nulo só beneficia os que cometeram desvios de conduta no exercício do poder.”
Para o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), se os sujeitos informados optarem por não fazer escolhas, a eleição será decidida por cidadãos menos esclarecidos. “O voto nulo vai favorecer patrimonialistas ou, melhor dizendo, ladrões. Eles têm muito dinheiro para gastar nas campanhas políticas e contam com a desinformação do eleitor”, afirma.
Mas e se quem votasse nulo fossem os menos informados, e não os eleitores conscientes? É o que pergunta o jornalista Guilherme Fiúza. “O que é pior: o voto nulo ou o voto entediado? Um eleitorado entediado é capaz, por exemplo, de eleger uma Rosinha Garotinho em primeiro turno”, escreveu ele em agosto no site No Mínimo. Desse ponto de vista, o voto nulo não serve como protesto, mas como exercício de consciência: se o eleitor não conhece os candidatos bem o suficiente para votar neles, é melhor ficar quieto e não votar em ninguém. “O tédio pode ser mais anárquico que a própria anarquia”, afirma Fiúza. Como você vê, há argumentos suficientes para escolher um dos candidatos registrados no TSE ou anular. O voto nulo pode ser um direito jogado fora, mas também uma escolha consciente de quem não se sente apto para tomar uma decisão. Votando nulo ou não, o que não vale é o eleitor não pensar no que faz.
VOTE NULO
• Votar é um ato de renunciar à própria liberdade. Não precisamos de líderes para nos impor leis e criar regras que limitam nossos direitos.
• A democracia se tornou um espetáculo de televisão. O eleitor escolhe candidatos como produtos. É preciso negar esse sistema.
• Não é possível mudar o sistema político por dentro dele. A política muda as pessoas, levando qualquer um à corrupção.
• Os candidatos são cada vez mais parecidos. A briga entre eles é falsa e serve para que ainda haja esperança na democracia e para que continuem no poder.
• Se o eleitor não está contente com nenhum candidato, tem o direito de anular. É uma escolha legítima como qualquer outra.
• Política não é só voto, também é pressão e participação pública. As eleições sugerem que não há outra atitude política além do voto.
• Se o eleitor não conhece os candidatos, corre o risco de votar em corruptos. Portanto, sua melhor opção é anular.
NÃO VOTE NULO
• É claro que precisamos de líderes e representantes de nossas opiniões e desejos. Uma sociedade sem líderes seria anárquica e acabaria em barbárie.
• O voto nulo tem pouco valor como protesto, já que os políticos brasileiros não se importam com a opinião do eleitor.
• Mesmo se a maioria da população anulasse o voto, não haveria efeito nenhum, já que a Constituição considera apenas os votos válidos.
• A corrupção no Brasil está concentrada em alguns grupos. Basta evitá-los e conhecer bem os candidatos, para a política melhorar.
• Anular é uma atitude alienada, de quem não se importa com o rumo do país. Retirar-se da discussão é fácil, porém perigoso.
• A política não é só voto, mas ele é uma peça importante para decidir os rumos do país e não exclui outras formas de ação política.
• Se as pessoas conscientes anularem o voto, a eleição será decidida apenas pelos menos capacitados.

Casos clássicos de voto nulo

Macaco para prefeito
Em 1988, depois do fracasso do Plano Cruzado, o macaco Tião, habitante do zoológico do Rio de Janeiro, foi lançado candidato a prefeito. Terminou em 3o lugar, com 400 mil votos (9,5% do total).
Coronel Cheiroso
O bode Cheiroso é um famoso candidato nulo. Em Jaboatão (PE), recebeu 400 votos para vereador. Bodes com o mesmo nome já venceram em Olinda (PE) e Minas Gerais.
Nulos anulados

O maior índice de nulos das últimas eleições para deputado federal foi em 1994: 25,2% dos votos. Para presidente, foi em 1998, com 10,7%. Não há registro de que surtiram efeito como protesto.


Para saber mais

A Democracia Brasileira no Limiar do Século 21 - Bolívar Lamounier, Fundação Konrad Adenauer, 1995
www.transparencia.org.br - Transparência Brasil

www.tse.gov.br - Tribunal Superior Eleitoral


O Voto Nulo pode modificar o cenário político vigente ou é apenas mais um ato de passividade diante da situação política atual? 

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Dissertação 1:

Toque de recolher protege juventude e sociedade?
O toque de recolher, à noite, para menores de 18 anos tem sido visto por algumas autoridades como o grande trunfo no combate às drogas e às infrações juvenis no país. Já foi implantado em vários municípios de São Paulo e também no Paraná. Os jovens não podem frequentar bares, lanchonetes, lan houses ou bailes após certo horário. Uma parte da sociedade, porém, está chocada com o que chama de preconceito inconstitucional de juízes e incompetência educacional e social do Estado. O que você acha: o toque de recolher realmente protege a juventude e a sociedade?
Elabore uma dissertação considerando as ideias a seguir:
Justiça impõe toque de recolher

"Quatro anos após ser introduzido pela primeira vez em uma cidade no Estado de São Paulo, o toque de recolher para menores de 18 anos é apontado pelas autoridades como responsável pela redução de 80% dos atos infracionais e de 82% das reclamações do Conselho Tutelar, no município de Fernandópolis. A medida que proíbe a permanência de menores nas ruas após as 23 horas foi imposta em maio de 2005 pelo juiz da Infância e da Juventude de Fernandópolis [...] para reduzir a delinquência juvenil e evitar que os menores ficassem até tarde nas ruas consumindo bebidas alcoólicas e entorpecentes."

[Chico Siqueira. Agência Estado. 26/4/09]
Como se constrói um preconceito

"[...] Talvez fosse interessante, então, que não houvesse menores de idade e que nascêssemos todos adultos, já que eles são um problema e cabe à polícia "tomar alguma ação"? É curioso como [...] certos procedimentos são usados ao longo da história por regimes autoritários como marca da intolerância, discriminando e separando os diferentes do convívio social. O nazismo, com apoio da opinião pública [...] isolou os judeus nos guetos, impedindo-os de ir e vir livremente pelas cidades, depois implantou o toque de recolher confinando-os em casa a partir de certo horário e, finalmente os exterminou. [...] Mas do que eram mesmo culpados judeus e imigrantes para merecerem tal discriminação? Isso é o que menos importa quando a opinião pública é conduzida por um sentimento de preconceito e intolerância [...]."

[Paulo Machado,Ouvidor Adjunto da EBC - Empresa Brasileira de Comunicação]
Parabéns ao Senhor Juiz

"Está de parabéns o Dr. Evandro Peralin em Fernandópolis. Essa medida é de extrema necessidade, [...]. A garotada de hoje precisa dessa mão firme da autoridade pública porque os pais já não conseguem mais manter a ordem como desejam. Gostaria que essa postura fosse tomada em todo o País enquanto é tempo."

[Bruna O. Garcia. Painel (seção de cartas do leitor). O Estado de S. Paulo.]
Toque de recolher é ilegal?

"[...] o especialista em direito da criança e do adolescente, Ricardo Cabezon, não vê nada de "divino" na lei do juiz. Segundo ele, o toque de recolher é abusivo e fere liberdades constitucionais. As medidas ferem a liberdade de ir e vir, liberdade de educar, liberdade de poder escolher entre o que é certo e o que é errado [...]."

[Ricardo Cabezon, presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente]
Observações
·  Seu texto deve ser escrito em língua portuguesa;
·  Não deve estar redigido em forma de poema (versos) ou narração;
·  A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
·  Não deixe de dar um título a sua redação;

"Selinho" é inocente ou tem significado sexual?
No mês de setembro de 2009, foi preso em Recife um turista italiano, na piscina de um hotel, por ter dado um beijo nos lábios da filha de 8 anos. Esse "caso de polícia" fez com que se discutisse a atitude cultural do "selinho" que, para muitas pessoas, tem forte conotação sexual, principalmente entre pais e filhos. Segundo a esposa brasileira, indignada com a prisão do marido, essa é apenas uma forma inocente que se usa na família deles para demonstrar afeto. De fato, até amigos trocam um "selinho", de vez em quando. A questão é: a moda do selinho é inocente? Ou ele deve ser evitado, pois tem apelo sexual? O que você acha?
Elabore uma dissertação considerando as ideias a seguir:
O "selinho" em risco
"O 'selinho' está na boca (fechada) da galera. A modalidade de beijo em que lábios se tocam de leve, se praticada entre pais e filhos, pode ocupar lugar no banco dos réus. Igor Bahia, 17, já foi acusado [...] de delito parecido com o do italiano [de Recife]. [Beijava] a mãe na rua quando algumas pessoas sugeriram, maldosamente, que não eram parentes. Ele é negro. Ela, branca. Ygor diz que prefere deixar o episódio 'para trás'. Mas que não desistiu de mostrar amor como aprendeu em casa, com 'selinhos' e chamegos."
[Folhateen. 14/09/2009]
Selinho, sim, mas só para poucos

"[...] Hebe Camargo, toda animada, pediu a Silvio Santos um 'selinho' (beijinho). Não ganhou: 'Nem selinho, nem selo, nem selão', ouviu dele, categórico. Em seguida, Gilberto Gil entrou no palco, de mão estendida para cumprimentá-lo. O que fez o apresentador? Disse 'selinho', esticou os lábios e zás - tascou um beijinho na boca do músico. A cena foi ao ar de madrugada [do programa de novembro], no encerramento do Teleton, a maratona beneficente exibida pelo SBT. Gil ficou surpreso, Hebe fingiu brabeza e Silvio riu muito. 'Tirei uma onda, foi só uma bicotinha', diz ele. "Tudo tem uma primeira vez'."

[Revista Veja, n. 1.725, 7 de novembro de 2001]
Entre pais e filhos pode ser ambíguo ou perigoso

"A psicóloga da USP Leila Tardivo aconselha a evitar contato físico ou visual que possa ser mal-interpretado pelos filhos. 'Confundir amor com sexo é um risco, ainda mais na idade em que os desejos crescem. Pais não devem falar de sua vida sexual, nem expô-la. Pai que quer ser só amigo dos filhos faz, na realidade, [com] que esses jovens fiquem 'orfãos' [...]."
" 'Precisaríamos de uma bola de cristal para saber se a intenção de um selinho é sexual ou não' - diz o desembargador da Infância e da Juventude Antônio Malheiros, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Malheiros admite que beijos, carinho paterno e hábitos como andar nu em casa são [uma] 'zona cinzenta' para o direito."
[Folhateen, 14/09/2009]
Selinhos e agressão

Dois homens, um de 30 anos e outro de 19, que se cumprimentaram com um beijo tipo "selinho", foram agredidos no Rio de Janeiro. A violência aconteceu em março deste ano, de madrugada, na escadaria de Santa Teresa, na Lapa. As vítimas contaram que, após o cumprimento, um grupo de dez pessoas os ameaçou e um deles levou "socos e chutes". Eles alegam também que a Polícia Militar negou socorro. Militante da ONG Arco-Íris e superintendente estadual de direitos individuais, coletivos e difusos, Cláudio Nascimento notificou a Secretaria da Segurança Pública, a Ouvidoria da PM e o comando do 13º BPM (centro), responsável pela área, pedindo providências.
Dissertação 2:

Acerta a Justiça de Timóteo (MG) ao condenar casal que tirou filhos da escola para educá-los em casa?
SIM - A saída não é o isolamento

O CASO recente em que a Justiça de Timóteo (MG) condenou pais que retiraram seus dois filhos adolescentes da escola para ensinar-lhes em casa, prática que nos EUA é conhecida como "homeschooling", abre um importante debate sobre o papel da educação brasileira ("Juiz condena pais por educar filhos em casa", Cotidiano, 6/3).
O juiz apoiou-se no artigo 55 do Estatuto da Criança e Adolescente, que obriga pais a matricular seus filhos na escola. Mas a questão não se atém à interpretação da lei. Ela é mais complexa e merece maior reflexão. Destaco quatro pontos que merecem maior aprofundamento:
1) Nossa cultura privilegia a responsabilidade da comunidade. É o oposto da cultura anglo-saxônica, que imputa ao indivíduo em qualquer idade a responsabilidade e a punição de seus atos julgados improcedentes. Em países latinos como o nosso, compreende-se que os adultos e a comunidade são responsáveis pela passagem da criança à vida adulta. Daí que um ato infracional de uma criança é depositado como responsabilidade de seus pais ou responsáveis. No caso dos adolescentes, a situação é mais complexa: considera-se que são responsáveis por seus atos, mas não imputáveis, justamente porque ainda transitam para a vida adulta. As medidas socioeducativas são ações de reeducação e socialização.
2) Esse desconhecimento atinge mais fortemente a classe média brasileira. Estudo recente de Amaury de Souza e Bolívar Lamounier apresenta um quadro estarrecedor, em que a família aparece como o mais importante agrupamento social confiável (para 85% dos pesquisados), superando em muito o segundo, de amigos (confiável para apenas 43%). A participação em organizações sociais é praticamente desconsiderada. Esse é um elemento cultural que compõe a "ideologia da intimidade", em que se desconsidera a solidariedade societária, as instituições e os espaços públicos. O caso de Timóteo reforça, na prática, a resolução de problemas com as políticas públicas pela própria família. No limite, estaríamos nos desgarrando socialmente, esgarçando a sociedade em ações individualistas.
3) Há outros exemplos que poderiam ter gerado inspiração nos pais no caso de Timóteo e que também são originários dos EUA, como é o caso da Charter School, escolas administradas por pais que são avaliadas periodicamente pelo Estado e até mesmo recebem subvenção pública. Mas essa opção não faz parte da cultura da classe média brasileira porque ela desconfia de tudo o que não é família.
4) O mais grave, contudo, é a banalização da educação como prática ao alcance de não profissionais. Tão grave quanto a situação da educação pública é a saúde e a segurança públicas. Mas não houve nenhum movimento de cidadãos para operar os filhos em suas próprias residências ou para perseguir bandidos com armas privadas. O que faz uma família acreditar que sabe educar seus filhos em suas casas, desconsiderando a formação de tantos profissionais da área, sem que tenham habilitação, estudo e experiência? Por que não criamos uma articulação de pais para lutar pela melhoria da educação? Por que não se pensa o futuro dos outros filhos, dos brasileiros desconhecidos por nós?
A educação é um ato solidário e de socialização. Autores reconhecidos, como Lev Vygotsky, comprovaram o quanto estímulos de turmas heterogêneas criam situações de desenvolvimento de muitas áreas da inteligência humana, além de desenvolver a tolerância diante do diferente. A educação restrita ao seu próprio lar é pobre e meramente instrumental.
Vivemos um período de banalização de tudo o que é público. Não percebemos o efeito bumerangue, que nos atinge em cheio, assim como atinge o futuro de nossos filhos. A saída isolada, de mero benefício aos membros de nossa família, a redução da educação ao sucesso individual é uma triste declaração de falência de nossa sociedade, da esperança de viver juntos, entre diferentes que se respeitam e que constroem soluções coletivas.
Talvez esses pais de Timóteo não merecessem punição em virtude de sua boa vontade e intenção. Mas eles erraram e não podem ser exemplo para nenhuma criança ou adolescente.

RUDÁ RICCI, 47, doutor em ciências sociais, é consultor educacional do SindUTE-MG (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais) e do Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo).

Não – Pela liberdade de educar
Os que querem anular o direito dos pais de escolher o tipo de educação dada aos filhos negligenciam o fato de que a experiência escolar é hoje, muita vezes, ocasião de sofrimento, pois escolas e educadores são cada vez mais despojados dos instrumentos de mediação e controle dos conflitos.
Não há espaço suficiente aqui para abordar os vários aspectos da decisão judicial que condenou Cleber Andrade Nunes. É perfeitamente possível, entretanto, argumentar a favor dos pais.
Tomemos dois pontos presentes nos discursos daqueles que, ao lado da autoridade judicial, condenam os pais: os alegados prejuízos à socialização das crianças e o laxismo fatalista que acompanha o reconhecimento do nível catastrófico da qualidade da instituição escolar em nosso país.
Quanto à questão da socialização, note-se que no Brasil não há pesquisa longitudinal, internacionalmente reconhecida, sobre os impactos dos cuidados infantis na trajetória de desenvolvimento socioemocional e cognitivo das crianças e no comportamento juvenil. Enquanto isso, evidências oriundas de pesquisas longitudinais, cujos resultados são publicados em revistas líderes mundiais em fator de impacto no campo, negam suporte às teses defendidas pela maioria dos experts brasileiros nesse tema.
Por outro lado, em países como França, Inglaterra e EUA, em que essa modalidade de educação não é interditada, ainda que seja regulada, não consta que haja epidemia de sociopatia entre as crianças cujos pais a praticam. Nos EUA, por exemplo, o Departamento de Educação diz que 1.508.000 crianças e adolescentes estudavam sob alguma modalidade de educação domiciliar em 2007.
Os que querem anular o direito dos pais de escolher o tipo de educação dada aos filhos negligenciam o fato de que a experiência escolar é hoje, muita vezes, ocasião de sofrimento, pois escolas e educadores são cada vez mais despojados dos instrumentos de mediação e controle dos conflitos. Ou de contenção de ações antissociais.
Eles se preocupam com a proteção dos "direitos da criança" contra o autoritarismo e a unilateralidade da visão de mundo dos pais. Mas as crianças precisam de mais proteção contra o grupo de iguais do que contra os pais, lembra Hannah Arendt.
O autoritarismo do grupo de iguais é muito mais cruel, implacável e devastador a um ser em processo de formação de personalidade. Hoje, na escola, crianças que não se enquadram no padrão médio são impiedosamente desdenhadas pelo grupo. E são cada vez mais numerosos os casos em que do desdém, e mesmo da troça, passa-se à agressão física.
Quanto à qualidade da instrução, a tolerância nacional diante do fracasso escolar tem crescido. Dados do MEC mostram que a probabilidade de uma criança brasileira encerrar os anos iniciais do ensino fundamental com desempenho em língua portuguesa e matemática abaixo do mínimo esperado é altíssima.
A lassidão ante o baixo padrão não se limita à instrução. Há o aspecto da formação. Nem aos leigos escapa a percepção da crise da autoridade na escola. Qualquer pessoa que encare o problema de perspectiva real e prática, despida dos cacoetes emancipacionistas impostos pelas abordagens teóricas hegemônicas no pensamento pedagógico dos últimos 30 anos, sabe das dificuldades para o exercício de atividade educativa nas escolas.
Professores são reféns de caprichos infanto-juvenis incontroláveis. A pedagogia "mainstream" ergueu um altar à espontaneidade criadora das crianças e jovens. As famílias entregaram-nas a babás, a creches ou ao trio DVD, videogame, computador.
Quando tudo sai de controle, apela-se a saídas extremas: decreta-se toque de recolher para adolescentes, como se fez recentemente em cidades do interior paulista.
Nessas condições, qual a capacidade instrucional e formativa da educação escolar? Não postulo a desescolarização. Afirmo, porém, em alto e bom som: os pais têm direito a escolher a educação que seus filhos receberão. A família Andrade Nunes foi apenada por não permanecer prostrada ante os prejuízos instrucionais e morais que a educação escolar poderia impor a seus filhos. Assumiu riscos. Agiu. E os resultados mostram que foi bem-sucedida. Merece apoio. Não recriminação.

Luiz Carlos Faria da Silva, 53, mestre em educação pela PUC-SP e doutor em educação pela Unicamp, é professor adjunto do Departamento de Fundamentos da Educação na Universidade Estadual de Maringá (PR) e educa seus dois filhos em casa desde 2006.

TEMA: a possibilidade de pais educarem seus filhos na própria casa.

Dissertação 3:
Juventude e alcoolismo: um problema social
As bebidas alcoólicas pertencem ao grupo das drogas lícitas mais consumidas no Brasil. O comportamento festivo do brasileiro sempre foi regado a muito álcool: caipirinha na praia, cerveja no futebol, coquetel na balada. O problema é que os jovens estão começando a beber cada vez mais cedo. Uma pesquisa da Unifesp sobre o consumo de bebidas alcoólicas por estudantes de ensino médio reacendeu a discussão sobre o tema. Que razões levam o jovem ao consumo de álcool? Quais os problemas decorrentes disso? Por que a lei que proíbe a venda de bebidas a menores de idade não é cumprida? Qual a responsabilidade da família, da sociedade e do governo diante desse problema? Reflita sobre essas questões e elabore uma dissertação argumentativa com o tema: Juventude e alcoolismo: um problema social.
Elabore uma dissertação considerando as ideias a seguir:
Status e amadurecimento

Dados inéditos de uma pesquisa sobre o uso de drogas entre os alunos de escolas particulares da cidade de São Paulo revelam que um em cada três estudantes do ensino médio se embriagou pelo menos uma vez no mês anterior ao levantamento.

Os dados mostram ainda que a bebedeira - consumo de cinco ou mais doses na mesma ocasião - é uma prática comum para muitos dos que têm idade entre 15 e 18 anos: 7% dos meninos e 5% das meninas fazem isso de três a cinco vezes por mês.

A pesquisa, do Cebrid (Centro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) da Unifesp, ouviu, em 2008, 5.226 alunos do ensino fundamental e médio de 37 escolas - os dados só foram concluídos agora.

Entre os estudantes do ensino fundamental (7ª e 8ª séries), o total dos que se embriagaram ao menos uma vez no último mês é menor (14,2%), mas surpreende por conta da idade: geralmente entre 13 e 15 anos.
[Folha de S.Paulo, 08 de junho de 2010. Texto adaptado]

(...) O porre pode, para muitos, parecer só uma brincadeira da garotada. Mas evidencia o sintoma de uma conduta social que inconscientemente aprova o consumo de álcool.

Nos lares brasileiros, os jovens crescem assistindo a familiares e amigos consumirem bebidas alcoólicas nos mais variados eventos. Ou, ainda, após as tradicionais partidas de futebol, numa combinação contraditória entre álcool e esporte.

Para o jovem, beber parece estar associado com status, suposto amadurecimento e possibilidade de mais relações pessoais e afetivas. Por essas razões, é preciso apostar fortemente na prevenção desde a infância. A proposta não surtirá efeito se os menores continuarem expostos à publicidade de bebidas, sempre associadas a cenários paradisíacos, formas perfeitas e diversão.

[Carlos Salgado, psiquiatra e presidente da Abead - Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas - para a Folha On-Line]
Álcool x jovens por Içami Tiba


Portal: O que o jovem pretende quando bebe?
Dr. Tiba: Em geral eles querem aparecer. Os exibidos querem aparecer mais, enquanto os tímidos querem começar a ser vistos. Uma questão de destaque.

Portal: Quais sentimentos o álcool produz?

Dr. Tiba: Usando álcool eles perdem a noção das coisas, passam a sentir aquilo que eu chamo de "onipotência juvenil", sentem-se e agem como deuses que podem tudo, vão dirigir sem bater, não vão cair de bêbados, não dirão o que não querem ou darão escândalos, pensam que não vão perder o controle. Eles acham que são mais fortes que a bebida, "eu domino o álcool e não o contrário".

Portal: A que ponto de comportamento a bebida pode levar?

Dr. Tiba: As conseqüências variam. Por exemplo, em uma pesquisa divulgada por Daniel Golleman (autor do best-seller "Inteligência Emocional"), 90% dos estupros ocorridos em ambientes universitários nos E.U.A. ocorrem enquanto os envolvidos estão agindo sob efeito do álcool.
Portal: Se universitários podem agir assim, isto significa que eles têm informação mas não encaram o álcool como droga?

Dr. Tiba: Os jovens, individualmente, sabem que álcool é droga, mas o problema é que quando estão em grupo eles agem diferente. Bebem sabendo que álcool faz mal, tanto que eles acabam arrependidos durante a ressaca, sempre se lamentando sobre o que fizeram, o que disseram.

Portal: Essa relação com o álcool é a mesma para ambos os sexos?

Dr. Tiba: Na verdade, as meninas deveriam tomar 1/3 a menos de bebida alcoólica do que os homens simplesmente por uma questão física. Elas não têm estrutura para agüentar, são mais sensíveis.

Portal: A indústria da bebida sabe o que seu produto pode provocar. Qual é a mentalidade deles?

Dr. Tiba: O espírito do mercado de bebidas é vender sempre mais. E eles usam o que for preciso para atingir esse objetivo. Podemos notar que hoje em dia o álcool é consumido pelos jovens como se fosse um refrigerante.

Eles tomam direto no gargalo e esse comportamento é disseminado pelas imagens das campanhas publicitárias na TV, por exemplo. As bebidas "ice" que são populares entre os jovens e tidas como leves nas propagandas, na verdade possuem teor alcoólico.

Portal: O que poderia ser feito para minimizar a penetração do álcool no meio jovem?

Dr. Tiba: Na hora de advertir contra o uso da bebida ocorre uma enorme dificuldade, pois eles não ouvem a ninguém. Para reduzir esse efeito do álcool sobre os jovens a primeira coisa necessária é a restrição legal do acesso ao álcool em diversos ambientes, pois não adianta proibir a venda em bares quando em uma danceteria um jovem de 15 anos chega lá e compra. Só com essas campanhas do governo não vai dar.
[Portal Unimeds, publicado em 2/8/2002]
Observações:

·  Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
·  Deve ter uma estrutura dissertativa;
·  Não deve estar redigido em forma de poema (versos) ou narração;
·  A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
·  Não deixe de dar um título a sua redação;

Dissertação 4:

UNESP – 2008
INSTRUÇÃO: Leia atentamente os seguintes fragmentos de textos.

1. Fragmento de conferência de Olavo Bilac (1865-1918) sobre a obra do poeta Bocage (1765-1805):

É tão fácil ser popular! terríveis assassinos, exímios ladrões, grandes devassos alcançam facilmente uma celebridade mais vasta do que a que logram os mais altos benfeitores da humanidade e os mais claros servidores da arte. Nem é preciso para ganhar notoriedade ser um chapado criminoso, nem um rematado louco; para subir ao galarim, não é necessário ser Nero, nem Eróstrato; a escalada para o fastígio não requer sublimidades de crueldade nem de megalomania: nem a carnificina de cem mil cristãos, nem o incêndio do templo de Diana. Para guindar um homem ao Capitólio, bastam tolices vulgares, extravagâncias jocosas ou escandalosas, e pequeninas infâmias (...).

(OLAVO BILAC. Últimas conferências e discursos)

2. Fragmento de entrevista do ator Pedro Cardoso (1962-) à revista IstoéGENTE:

IstoéGENTE – Encontrou sucesso no teatro e ficou famoso na tevê. É bom ser famoso?

Pedro Cardoso – Gosto do sucesso, não gosto da fama. Quando minha imagem está vinculada ao meu trabalho, não há problema. Do contrário, é incômodo para a individualidade. Tenho horror a área vip. Você já me viu em algum lugar? Não, né? Eu não vou. Compro ingresso, entro na fila, vou onde todos vão. É ridículo ir a lugares vip. Num país como o Brasil, é falta de educação.

3. Fragmento de crônica de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987):

Fama:
Ninguém se espante com o diálogo que mantive com um bebê de 15 dias de existência. Hoje, a comunicação não conhece fronteiras espaciais ou etárias. O bebê não fala o português de Portugal nem o português brasileiro, ensinado pelo saudoso professor Stanislaw Ponte Preta. Mas fala a seu modo, desde que se saiba interrogá-lo, e eu, não é por me gabar, tenho meus macetes. Perguntei-lhe de saída:
— Então, satisfeita de vir ao mundo?
Respondeu-me com rabugem, em termos que traduzirei assim:
— Como posso estar satisfeita, se ainda bem não cheguei a este lugar, já me televisionaram e estão me entrevistando?
— É a era tecnológico-aldeiglobal-consumística, minha querida. Desde o primeiro minuto de vida extra-uterina você participa da sociedade eletrônico-difusoro-cósmica ilimitada.
— É, estou vendo mas não acho graça nenhuma.
— Não é para achar graça nem desgraça, é para se integrar, entende? Você tem de aderir ao processo. O processo é irreversível. Melhor você não dar uma de contestadora, e entrar na jogada.
— Mas eu nem tive tempo de contestar, me botaram diante das câmaras, fechei os olhos para não me ofuscar com aquelas luzes, chorei em sinal de protesto, riram de mim, e agora, pelo que vejo, estou em todas.
— De fato. Seu índice de publicidade é um dos mais altos. Em duas semanas você varou o Brasil, fez concorrência a Elizabeth Taylor, aos terroristas palestinos e aos não palestinos, governos que caem, governos que sobem, técnicas de exorcismo...
— E daí? Pensa que o meu Ibope me dá prazer?
— Ibope não dá prazer. Dá dividendos. Você tem o futuro garantido, se for sempre dócil às exigências do sistema. Não deve bobear. Esteja sempre perto de uma objetiva, um gravador, uma passarela.
— Preferia viver a vida, com a sensação de ter uma vida realmente minha.
— Quem tem isso hoje em dia, meus-encantos? Só os loucos, isso mesmo apenas certos loucos, não marcados pela psicose de governar o mundo. Loucos mansos, vamos dizer assim. São raros, a maioria é agitada, e não só recebe a influência da comunicação delirante como, por sua vez, influi sobre esta, aumentando-lhe o delírio. De sorte que é bom você renunciar ao ideal individualista e anacrônico. Vida particular da gente já era. Agora vivemos a vida dos outros, em bloco, ou melhor, a de ninguém.

4. Fragmento de fala do velho do Restelo, do canto IV de Os Lusíadas de Luís de Camões (1525-1580):

“Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles exp’rimentas!”
(LUÍS DE CAMÕES. Os Lusíadas, canto IV, 95.)

Proposição
Celebridade, renome, nomeada, notoriedade, conceito, reputação, prestígio, glória, fama. São numerosas as palavras para rotular um mesmo status social: ser conhecido, ser reconhecido, ter nome, ter renome, ter nomeada, ter prestígio, ter glória, ser célebre, ser famoso, ser glorioso, ser conhecido por todas as pessoas no mundo todo. Os artistas antigos representavam alegoricamente a Fama como uma deusa dotada de cem bocas e cem orelhas, com olhos que surgiam por baixo de suas asas. Consta que o obscuro efésio Eróstrato, no afã de imortalizar seu nome, incendiou em 356 a.C. o grande templo de Ártemis, considerado uma das maravilhas do mundo antigo. Mas é preciso buscar a fama a qualquer custo? É vital para um homem ser conhecido/reconhecido por todos? Artistas, atletas, escritores, pensadores, intelectuais de modo geral não têm a mesma resposta para essas indagações.
Tomando por base o texto das questões 01 a 03, bem como os fragmentos apresentados acima, tente dar a sua resposta, fazendo uma redação em prosa, de gênero dissertativo, sobre o tema
É PRECISO SER FAMOSO?

Dissertação 5:
UNESP JULHO/2010

Escreva uma redação de gênero dissertativo sobre o tema:

Embora seja um tema tão antigo quanto a própria civilização, a busca da felicidade ainda constitui o problema maior de todos os seres humanos no século XXI. Para alguns, ser feliz só é possível com o acúmulo de bens e de riqueza, vivendo nas grandes cidades e usufruindo de todos os prazeres possíveis, inclusive daqueles que a moderna tecnologia oferece. Para outros, a felicidade só se encontra
no despojamento das ambições e na busca das coisas simples, já que a posse de fortuna não garante por si mesma a satisfação integral do homem. Afinal, o que é importante para ser feliz? Riquezas, prazeres, tecnologia, sucesso profissional e pessoal? Ou simplicidade, tranquilidade, renúncia às grandes ambições, busca do bem estar individual na autenticidade do ser, na natureza e na própria natureza
humana? O importante, enfim, é ter? ou ser? Seria possível um meio termo para essa busca?

Com base nesta orientação e levando em consideração, se achar necessário,  escrevauma dissertação sobre o tema:

A Felicidade, Entre O Ter e O Ser.


Dissertação 6:

A imagem e os textos apresentados a seguir constituem um pequeno conjunto de ideias e estímulos
que informam a proposta de redação. Por isso, leve-os em consideração ao redigir o seu texto
dissertativo.

Folha de S. Paulo, 13 de junho de 2010 (excerto).










Enquanto os membros do Facebook discutem as minúcias dos controles de privacidade de seus
perfis, provedores de serviços on-line seguem silenciosamente construindo dossiês sobre as ações de
seus usuários. Para Eben Moglen, professor de Direito na Universidade Columbia (Nova York) e diretor
do Centro Legal para Software Livre, a tendência construiu uma “polícia secreta do século 21”, que
“tem mais dados do que agências de espionagem de regimes totalitários do passado”. […]

Folha - Somos nós que estamos nos expondo demais?
Eben Moglen -
na descoberta de uma nova matéria-prima - a informação sobre nossas vidas privadas. O objetivo de
sites como o Google é a reorganização da publicidade para favorecer o consumo em estilo
americano. Se você sabe o que as pessoas buscam, pode definir sua publicidade por isso. E
ferramentas como redes sociais sabem tudo sobre o consumidor.
Não creio. É perfeitamente razoável pensar que o capitalismo do século 21 se baseie
As redes sociais espionam deliberadamente?
Sim, esse é seu negócio. A forma que encontraram de ganhar acesso à vida privada é oferecer
páginas gratuitas e alguns aplicativos. É uma péssima troca para o usuário - degenera a integridade
da pessoa humana. É como viver num regime totalitário.
2
O Facebook diz que as pessoas querem compartilhar suas vidas e eles só facilitam.
Sim, é um ótimo argumento. É por isso que a “polícia secreta do século 21” não tortura nem executa,
e sim oferece “doces”. Nos ensinam a gostar disso. […]
Mas o Facebook é abertamente sobre exposição...
Toda a internet é sobre exposição. A diferença entre o que você pensa que está publicando e o que
está de fato tornando público é na prática muito grande. Praticamente todos os movimentos na rede
estão arquivados em algum servidor externo, fora do controle do usuário.
Folha de S. Paulo
, 29 de junho de 2010 (excerto)
Imagem fotográfica
O cogumelo atômico de Hiroshima
Texto III
Chega-se a um ponto em que, à notícia de uma nova invenção técnica, a humanidade responde com
um grito de horror.
Bertolt Brecht (adaptado)
Proposta
Como se há de ter observado, os textos e a imagem aqui apresentados partilham um mesmo tema.
Se o tema lhes é comum, suas perspectivas sobre ele são, no entanto, até opostas: de um lado, a ideia
de um esclarecimento irrestrito e de uma “transparência total” é vista como um grande triunfo social
e humano; de outro lado, essa mesma tendência é vista como a própria realização do mal social por
excelência: a degeneração da pessoa humana, o totalitarismo, a alienação e a catástrofe. Como você
vê essa questão? Em um texto dissertativo, exponha seu ponto de vista a respeito do assunto. Dê a
sua redação um título adequado.

 

Texto I
A transparência veio para ficar

Independentemente de países ou mesmo de classes sociais, temos um amplo e crescente
aumento do fluxo de informação. Nesta época de blogs e redes sociais (como Twitter, Facebook e
Orkut), abastecidos por aparelhos celulares que são também gravadores e câmeras fotográficas, tudo
se sabe e a informação flui em poucos segundos. Assim, entramos numa fase em que tudo o que um
indivíduo ou uma empresa faz pode virar público instantaneamente. [...]
De certa maneira, podemos dizer que a luz está acesa, e aqueles processos que dependiam das
sombras para sobreviver estão condenados a desaparecer. Isso é muito positivo, pois poderemos
conhecer cada vez melhor as pessoas, as empresas e os governos como eles são, e não como eles
gostariam que fossem percebidos. […]
Precisamos de líderes que encorajem a abertura e a discussão e estejam sempre em busca do
diálogo com os vários públicos com os quais se relacionam. Precisamos de uma sociedade com
valores claros e que saiba reconhecer o benefício desse caminho. Em tempos de hipervelocidade de
informação, a transparência será total, e todos sairemos ganhando.

Fábio Barbosa, presidente do Grupo Santander Brasil e da Febraban.

Texto II
Entrevista com Eben Moglen, concedida a Andrea Murta

Dissertação 7:

O que é ser homem nos dias de hoje?
Há muito tempo, a mulher deixou de se dedicar exclusivamente aos afazeres domésticos para disputar com o homem um lugar na vida pública. Essa mudança do papel feminino, inegavelmente, teve repercussão no papel masculino. A partir daí, nas últimas décadas, os estereótipos da masculinidade sofreram vários questionamentos - e alguns deles, como o machismo, foram veementemente condenados. No entanto, será que se pode mesmo falar em "crepúsculo do macho"? Pelo menos em termos majoritários, por exemplo, o homem abriu mão da violência e do comportamento agressivo? Ou por trás de todo cidadão civilizado se esconde uma fera? Quais são os padrões do comportamento masculino hoje em dia? Afinal, o que é ser homem no século 21? Leve em conta, ao desenvolver seu raciocínio, a coletânea de textos abaixo.
Elabore uma dissertação considerando as ideias a seguir:
Clube da luta

Na última semana, uma espécie de ringue doméstico foi descoberto em Florianópolis (SC). Garotos de escolas particulares marcavam encontros na casa de um deles para "acertar as contas".

Lá, as brigas rolavam, eram filmadas, e as cenas de violência, postadas na internet. A agenda era acertada pela comunidade virtual "Luta do Lixo".

Rixas, problemas com namoradas, tudo era decidido nas brigas. O "derrotado" tinha que gravar depoimentos em que era humilhado. Lógico que isso também ia para a internet.

Curioso saber que essas coisas ainda acontecem! Os machos evoluíram tendo que mostrar superioridade em relação aos seus "rivais" para conquistar fêmeas e para garantir que seu patrimônio genético fosse transmitido para gerações futuras. Assim, lutas físicas e disputas territoriais são comuns entre os animais. O mais forte, o mais exuberante, o mais rápido leva a melhor!

Mas, entre os humanos, depois de séculos de evolução social e cultural, espera-se algo melhor do que brigas de quintal para resolver pendências de qualquer natureza, não? Será que em pleno século 21 garotos ainda precisam ter confrontos físicos e, pior, exibir tudo isso?

[Jairo Bouer, Folhateen, 17/05/2010]
Homem não chora

Homem não chora
Nem por dor
Nem por amor
E antes que eu me esqueça
Nunca me passou pela cabeça
Lhe pedir perdão
E só porque eu estou aqui
Ajoelhado no chão
Com o coração na mão
Não quer dizer
Que tudo mudou
Que o tempo parou
Que você ganhou

Frejat/Alvin L.
Masculinidade e violência no Brasil

O lugar e a condição dos homens e das mulheres no mundo ocidental contemporâneo vêm sendo muito discutidos. Tradicionalmente a construção do que é ser homem, contraposta ao que é ser mulher, tem sido hegemonicamente associada a um conjunto de ideias e práticas que identificam essa identidade à virilidade, à força e ao poder, advindos da própria constituição biológica sexual. Mais recentemente, essa visão, já bastante criticada, está sendo contra-argumentada por aqueles que defendem uma maior fragilidade biológica dos homens quando comparados às mulheres. Essa concepção fundamenta-se no fato de que, historicamente, nascem mais bebês do sexo masculino, mas eles morrem mais que os do sexo feminino antes de completarem o primeiro ano. No outro extremo da vida também se percebe que os homens morrem mais cedo que as mulheres e, por isso, têm uma expectativa de vida menor. Tais discussões se fazem acompanhar do debate mais amplo a respeito da crise de identidade masculina, datada do final do século 20, que estaria transformando as formas dos homens se situarem e se comportarem no mundo.

Edinilsa Ramos de Souza, Centro Latino Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli, CLAVES, Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz.
Machismo na favela

No Brasil, uma a cada três mulheres já foi vítima de violência física por parte do companheiro. Uma pesquisa realizada pela ONG Instituto Promundo e pelo programa do governo norte-americano Horizons demonstra que este e outros tipos de violência estão profundamente relacionados com o machismo. [...] O rapper Rappin Hood trabalha com a conscientização de jovens da favela Jardim de Nilópolis, em São Paulo. Ele participou da entrevista coletiva de anúncio da pesquisa feita na semana passada, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde, em Brasília. Rappin Hood afirmou que o machismo está presente no cotidiano da favela, mas também no do país. "Eu fui criado numa sociedade machista. O homem brasileiro é machista. E a mulher brasileira aceita esse machismo", afirma.

[ABr/Agência Brasil]
Observações:

·  Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
·  Deve ter uma estrutura dissertativa;
·  Não deve estar redigido em forma de poema (versos) ou narração;
·  A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
·  Não deixe de dar um título a sua redação.

Dissertação 8:

Qual o papel da imprensa numa sociedade democrática?
Pesquisa do Instituto Análise revela que 91% dos brasileiros pensam que a imprensa ajuda a combater a corrupção ao divulgar escândalos que envolvem políticos e autoridades. Trata-se de uma grande maioria, que aumenta, passando para 97%, quando se pergunta se a imprensa tem o dever de investigar e divulgar esses problemas. Mas há quem pense que a imprensa vê as coisas por um prisma negativo, dando especial destaque aos aspectos ruins ou prejudiciais de certos fatos. É claro que nem só de denúncias pode viver o jornalismo, mas, de qualquer forma, ninguém se declara a favor da censura e todos concordam que a imprensa livre é fundamental para o funcionamento da democracia. O que você tem a dizer sobre esse tema? Qual é, a seu ver, o papel da imprensa numa sociedade democrática?
Elabore uma dissertação considerando as ideias a seguir:
O papel social da imprensa

O século 21 nasceu numa sociedade baseada na informação. No mundo de hoje, o grande jogo do poder se dá na mídia. Ao menos contar com sua isenção pode eleger ou defenestrar governantes e aprovar ou rechaçar esta ou aquela política pública. Nesse contexto, essa mídia - e sobretudo a imprensa que a pauta - assume, antes de mais nada, um papel social de altíssima responsabilidade e que deve ser exercido com absoluta transparência sob pena de ameaça à democracia e aos direitos de cidadãos por conta de etnia, credo, grau de instrução, posições político-ideológicas ou de estrato social a que pertençam.

É esperável, portanto, que aquela pautadora da mídia, a imprensa, compreenda seu papel social e aceite submeter-se a uma única e plausível exigência: equilíbrio. Ao decidir tender para algum lado sem dar ao que pensa diferente a mesma oportunidade que a sua de se manifestar, a imprensa rouba o direito da sociedade de decidir com base em análise equilibrada, que para sê-la precisa de informações equilibradas que lhe deem acesso a ambos os lados de todas as questões - e agora peço que se releve que todas as questões têm dois ou mais lados.

[Eduardo Guimarães, artigo no Observatório da Imprensa, 17/05/2005]
Duas declarações do presidente

FOLHA - Um dos papéis da imprensa é fiscalizar o poder. O sr. não está incomodado com a imprensa cumprindo o seu papel?
LULA - Não incomoda.
FOLHA - O sr. disse que tem azia quando lê jornais.
LULA - Como presidente, nunca fico incomodado. Não acho que o papel da imprensa é fiscalizar. O papel é informar.
FOLHA - A imprensa não tem de ser fiscal do poder?
LULA - Para ser fiscal, tem o Tribunal de Contas da União, a Corregedoria-Geral da República, tem um monte de coisas. A imprensa tem de ser o grande órgão informador da opinião pública. Essa informação pode ser de elogios ao governo, de denúncias sobre o governo, de outros assuntos. A única que peço a Deus é que a imprensa informe da maneira mais isenta possível, e as posições políticas sejam colocadas nos editoriais.

[Folha de S. Paulo, 22 de outubro de 2009]

Na abertura da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, ontem, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter "compromisso sagrado" com a liberdade de imprensa, mas criticou excessos cometidos por jornais, rádios e TVs. "Tenho orgulho de dizer que a imprensa no Brasil é livre. Ela apura e deixa de apurar o que quer. Publica e deixa de publicar o que deseja. Opina e deixa de opinar sobre o que bem entende. Meu compromisso com a liberdade de imprensa é sagrado", afirmou o presidente. Falando para cerca de 1.400 delegados de empresas, movimentos sociais e órgãos públicos, o presidente ressalvou que essa mesma imprensa também "se excede, despreza os fatos e embarca em campanhas, divulga inverdades ou mesmo dissemina calúnias e infâmias".
[Folha de S. Paulo, 15 de dezembro de 2009]
A imprensa, a democracia e a cidadania

O conceito clássico de democracia pressupõe três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - equilibrados e exercendo mútuo controle em benefício do conjunto da sociedade. A imprensa, ou para sermos mais genéricos, os meios de comunicação, formam hoje uma parte indissolúvel do sistema democrático moderno. Não há como conceber democracia sem uma imprensa livre e vigorosa. A imprensa é um dos canais por meio dos quais a sociedade civil se manifesta, emite opiniões, troca informações, vigia, denuncia e cobra dos três poderes clássicos o perfeito funcionamento daquilo que entendemos como democracia.

[Jorge Werthein - Representante da UNESCO no Brasil, 8 de julho de 2004]
Observação:

·  A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas.

 Dissertação 9:

Ética

      Leia com atenção: Qual é a sua ética?
      ( ) Vivo e não deixo o outro viver.
      ( ) Vivo e deixo o outro viver.
      Transcrevemos aqui trechos da entrevista do psicólogo Yves de La Taille à reista FAMÍLIA CRISTÃ, junho 2000, mestre e doutor pela Faculdade de Psicologia de São Paulo, onde leciona desde 1986 nos cursos de graduação e pós-graduação, e um dos poucos especialistas em Desenvolvimento Moral do País. Francês, mas radicado no Brasil desde de criança.
      “As pessoas têm medo de ser enganadas. Essa é a verdadeira crise moral.”
      “A verdadeira crise moral que eu enxergo hoje é a da desconfiança mútua que paira nos relacionamentos humanos, um certo deixar de confiar entre as pessoas. Quer um exemplo? À noite, alguém pega um táxi mas tem medo de ser assaltado pelo taxista, este, por sua vez, tem medo, de que seu passageiro o assalte. Se você compra algo, tem receio de estar pagando mais caro pelo produto ou que ele seja falsificado. Já o vendedor desconfia de você e quer ter certeza de que o seu cheque tem fundo, quer ver o seu documento ou acha que o seu cartão é clonado. Entende? As pessoas temem que os outros lhes passem a perna. Um sintoma claro disso, e até bem- humorado, é aquele adesivo colado nos carros, escrito: “Consulte sempre um advogado”.
      “Mas tudo isso parece um reflexo do individualismo dos dias atuais, não?
      Mas do mau individualismo, do individualismo competitivo. Existe uma fórmula moral razoável que é o viver e deixar viver. Ela traduz bem a idéia de que a liberdade de um termina quando começa a do outro; eu vivo, sem reparar na vida dos outros, mas também deixo o outro viver do jeito dele. Então podemos ser individualistas sem prejudicar um ao outro. Acontece que hoje isso não parece ser mais possível. Eu vejo no outro alguém que ameaça minha liberdade e pode me prejudicar. Aí sai de cena o individualismo relativamente sadio e entra o egoísmo. Vivo e não deixo o outro viver. Muita gente pensa assim hoje.”
      “As pessoas verdadeiramente competitivas são as mais equilibradas e apaixonadas. Só vai longe na vida quem tem uma paixão, um ideal, e ética. Não existe nenhuma correlação entre ser ético e ser bem-sucedido. Isso é um mito que as pessoas ainda não entenderam.”
      “Eu entendo por gente bem-sucedida não necessariamente pessoas milionárias. Pessoas bem sucedidas são as bem resolvidas na vida, de bem consigo mesmas. Pode ter certeza de que estas são as mais solidárias, generosas e felizes.”
      Proposta de redação
      Após a leitura do texto acima, faça um texto dissertativo de 20 a 30 linhas sobre a ética da solidariedade e respeito à vida.
      Por que essa ética tem mais a ver com o ser humano? Quais são os fatores positivos advindos dela? Por que ela vem ao encontro da preservação da espécie humana no planeta?
      Pense nisso e redija seu texto. Não se esqueça do título.

Dissertação 10:

O aborto deve ou não deve ser legalizado? Por quê?

Há muitos anos, as nações discutem questões científicas, éticas, morais e religiosas que envolvem o aborto. Ele é legalizado e feito de forma segura em vários países, mas é ilegal e visto como grave crime em outros. Muitas mulheres (de todas as classe sociais e religiões) já interromperam uma gravidez indesejada, com ou sem ajuda médica, com ou sem respaldo legal. Uma das principais discussões é se a legalização do aborto diminuiria uma gravíssima questão de saúde pública: as complicações pós-aborto, que são a terceira causa de morte entre mulheres em idade fértil. O que você acha? Por razões médicas ou por escolha pessoal da mulher, o aborto deve ou não ser legalizado?

Elabore uma dissertação considerando as idéias a seguir:

"(...). No Brasil, o aborto só é permitido em casos de estupro ou de alto risco para a mãe. A interrupção da gravidez de bebês anencéfalos continua proibida, mas muitas mães têm conseguido autorização judicial para fazer o aborto."

[Folha de S. Paulo, 08/02/2009.]
Aborto e história

"O aborto foi legalizado pela primeira vez na União Soviética, em 1920, e depois no Japão. Logo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o procedimento foi legalizado nos países controlados pela URSS e, a partir de 1967, em grande parte das democracias ocidentais. As razões apontadas para esta legalização foram o infanticídio, a mortalidade materna ligada à prática de aborto ilegal, os problemas psíquicos da mãe, as malformações do feto, os casos de estupro ou incesto, e a superpopulação de alguns países. No entanto, sua legalização é fonte de diversas polêmicas. Será que a legalizaçao conduzirá à banalização da sua prática, transformando-o num método contraceptivo? O aborto será um problema legal ou moral? É o embrião uma "pessoa em potência"? [?] As pessoas que são contra o aborto consideram-no, é claro, um crime religioso ou moral, e as que o aceitam dividem-se em relação ao momento em que se aborta e às circunstâncias que levam as mulheres a praticá-lo."

[Ana Freitas, para o blog Aborto: crime ou opção]
Uma história brasileira

Após desafiar a medicina e sobreviver por um ano, oito meses e doze dias, a menina Marcela de Jesus Ferreira morreu na sexta-feira. Ela nasceu sem cérebro, no dia 20 de novembro de 2006, em Patrocínio Paulista, a 413 quilômetros de São Paulo. [...] A maioria dos bebês que nascem com anencefalia (sem cérebro) consegue sobreviver por apenas algumas horas. Marcela, porém, não só viveu por mais de um ano, como vinha se desenvolvendo e até ganhou peso bem recentemente. [...].Quando completou nove meses de vida, Marcela passou a receber benefício assistencial do INSS de um salário-mínimo. [...] Passou a chamar a atenção do país sobretudo quando fez três meses, desafiando a ciência [...]. A menina acabou virando ícone do movimento antiaborto. "Minha decisão foi bastante clara. Jamais pensei em fazer isso", disse
a mãe, Cacilda Galante Ferreira.

[Diário de S.Paulo, 03/08/2008]
Outra história brasileira

Eu tinha 18 anos e um corpinho lindo, sobrancelhas grandes, cabelos compridos e escuros. Na minha primeira relação sexual fiquei grávida. Meus pais sempre foram muito severos (...). Contei para uma amiga, uma vizinha. Ela soube de um local onde uma mulher fazia aborto. Numa sala pequena, sem anestesia, sem medicamento nenhum, fiz a curetagem. A dor era tão intensa que ameacei gritar. Jamais vou esquecer-me daquela voz falando em tom alto e áspero para eu calar a boca. Voltei para casa e tive hemorragia por vários dias. Acabei em um hospital. Estava muito doente. Minha família nunca soube disso e foi ruim ter de esconder. Para ser mãe a gente tem de desejar ter um filho. Ele tem direito à vida, é verdade. Mas com amor dos pais, com condições para crescer com saúde e boa educação. Hoje tenho o Marcelo, a melhor coisa que me aconteceu. Estava casada e preparada para ter um filho.

[Hebe Camargo, apresentadora de TV, revista Veja, 17-09-1997]
Observações

·  Seu texto deve ser escrito em língua portuguesa;
·  Não deve estar redigido em forma de poema (versos) ou narração;
·  A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
·  Não deixe de dar um título a sua redação.

Os textos apresentados constituem um pequeno conjunto de ideias e estímulos que informam a proposta de redação. Por isso, leve-os em consideração ao redigir o seu texto dissertativo.


Dissertação 11:


Produza um texto dissertativo-argumentativo que discuta o tema “O reconhecimento social de uma pessoa
depende dos bens que ela possui ou de seus valores e atitudes?”
Exponha sua ideia de modo claro, coeso e coerente. Produza ao menos dois argumentos para fundamentar
seu ponto de vista.
Não se esqueça de atribuir um título a seu texto.

INSTRUÇÕES:
1. Escreva no mínimo 20 linhas e no máximo 28 linhas.
2. Se usar letra de forma, que não é a melhor escolha, distingua maiúsculas de minúsculas.
3. Evite rasuras e escreva com letra legível.
4. Não se afaste do tema proposto.
5. Qualquer dúvida, solicite orientação ao fiscal.
6. Leia com atenção as instruções da folha de redação oficial
Dissertação 12: 
 
Reflita sobre as mudanças que a tecnologia provoca no mundo. Você pensa que a tecnologia trouxe novas formas de relacionamento entre os homens? Você acredita que as pessoas se tornaram mais solidárias e menos violentas?
Pense sobre tais questões e elabore um texto dissertativo, em prosa, que discuta a questão: ―O avanço tecnológico pode contribuir para a construção de relações mais justas entre os homens?‖
Atribua um título a seu texto.

Dissertação 13:


Redação FUVEST/ 2011

Observe esta imagem e leia com atenção os textos abaixo.

Texto 1











Um grandioso e raro espetáculo da natureza está em cena no Rio de Janeiro. Trata-se da floração de palmeiras  plantadas. Em seguida, iniciam um longo processo de morte, período em que produzem cerca de uma tonelada de sementes. 

http://veja.abril.com.br, 09/12/2009. Adaptado.


Texto 2

Quando Roberto Burle Marx plantou a palma talipot, um visitante teria comentado: “Como elas levam tanto tempo para florir, o senhor não estará mais aqui para ver”. O paisagista, então com mais de 50 anos, teria dito: “Assim como alguém plantou para que eu pudesse ver, estou plantando para que outros também possam contemplar”.

http://www.abap.org.br/. Paisagem Escrita. nº 131, 10/11/2009. Adaptado.

Texto 3
Onde não há pensamento a longo prazo, dificilmente pode haver um senso de destino compartilhado, um sentimento de irmandade, um impulso de cerrar fileiras, ficar ombro a ombro ou marchar no mesmo passo. A solidariedade tem pouca chance de brotar e fincar raízes. Os relacionamentos destacam-se sobretudo pela fragilidade e pela superficialidade.

Z. Bauman. A arte da vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.

Texto 4

A cultura do sacrifício está morta. Deixamos de nos reconhecer na obrigação de viver em nome de qualquer coisa que não nós mesmos.

G. Lipovetsky, cit. por Z. Bauman, em Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Adaptado.

Como mostram os textos 1 e 2, a imagem de abnegação fornecida pela  “sacrifica” a própria vida para criar novas vidas, é reforçada pelo altruísmo* de Roberto Burle Marx, que a plantou, não para seu próprio proveito, mas para o dos outros. Em contraposição, o mundo atual teria escolhido o caminho oposto.

Com base nas ideias e sugestões presentes na imagem e nos textos aqui reunidos, redija uma dissertação argumentativa, em prosa, sobre o seguinte tema:

O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?

*
Dicionário Houaiss da língua portuguesa


Altruísmo = s.m. Tendência ou inclinação de natureza instintiva que incita o ser humano à preocupação com o outro.
Temas de Redação do Blog da Professora Thaís:
1. Como preservar a biodiversidade sem comprometer o desenvolvimento?
2. O direito à verdade sobre os crimes da ditadura militar ainda é um desafio?
3. Combate ao trabalho escravo: a liberdade comprometida
4. Mãos à obra: como o Brasil deve se preparar para as Olimpíadas e para a Copa que sediará?
5. O direito ao voto: a construção da cidadania
6. Igualdade de gênero: uma conquista ainda ameaçada (violência contra a mulher, padrões inalcançáveis)
7. Limites e superação: como o medo e o desafio podem levar à vitória (Nelson Mandela, mineiros na caverna chilena)
8. Mídia e espetáculo: os limites entre informação e sensacionalismo
9. Energia, um bem vital: como garantir o progresso sem comprometer o meio ambiente?
10. A geopolítica do faz-de-conta: o discurso politicamente correto e os interesses por trás da energia nuclear e do petróleo
11. Populações indígenas: sobrevivência ameaçada
12. Jovens e limites: como educar os filhos?
13. Intolerância religiosa e direitos humanos: deve-se respeitar tradições que supostamente ameaçam os direitos humanos?
14: Corrupção: a lei Ficha Limpa representa mudança de mentalidade?
15: Violência urbana: um flagelo social
16: O país do presente: como lidar com o crescimento do país e o envelhecimento da população?
17: Obesidade: uma nova epidemia
18: Cidades: os desafios da urbanização e do crescimento
19: Língua: uma forma de identidade, respeito ou expressão?
20: Educação: essencial ou diferencial?
21: Aborto: o direito à vida questionado?
22. Jovens e dilemas da sexualidade.
23. Consumo e Lixo: como lidar com a crescente produção de resíduos?
24. Violência simbólica: a ditadura da beleza e da juventude
25. Inclusão digital: um novo olhar sobre o mundo
26. Jovem e alcoolismo: um flagelo social

27. O poder das redes sociais: uma nova forma de intervenção política

28. Liberdade de expressão e censura (Bienal, Monteiro Lobato, Humor na política e controle da mídia, Wikileaks)

29. Dez anos das metas do milênio: os desafios da desigualdade social no mundo

30. 20 anos do ECA: os direitos básicos da criança

31. Juventude e violência: como lidar com trotes, bullying e outros males.

32. As origens do vício: crack, maconha, álcool

33. Trabalho infantil : virtude ou vício?

34. Ensaio sobre a cegueira: aprender a enxergar num mundo de cegos, a luz como metáfora do conhecimento.

35. Movimento pela desaceleração da vida: como gerenciar o tempo em dias céleres?

36. O significado da liberdade para o homem contemporâneo.

37. O corpo: nova essência humana ou repositório das exigências da cultura de massas.

38. Destruindo muros: aprender a respeitar as diferenças. Xenofobia, racismo e outros males.
Ubuntu: eu sou porque nós somos.
39. Homem e meio ambiente: uma reconciliação necessária.

40. A arte como manifestação política

41. O papel do humor na vida humana

42: As funções dos ritos na construção social
Seguem alguns eixos temáticos interessantes e seus possíveis desdobramentos:


- Liberdade
centenário de Nabuco
revolta da chibata
homens na caverna chilena
liberdade e consumo
liberdade individual e tutela estatal (lei antifumo, lei das palmadas)
Nelson Mandela e o fim do apartheid
- Lixo e sustentabilidade
lei de resíduos sólidos
consumismo
desperdício
frugalidade

- Obesidade:
a epidemia de obesidade no país e os perigos da cultura de desperdício

- Meio ambiente e energia
Vazamento de petróleo e problemas ambientais
Refugiados ambientais
Visão distópica X visão utópica

- Mulheres
imagem da mulher: ditadura da beleza e sensualidade
violência contra a mulher
lei Maria da Penha
mulher e poder

- Liberdade de expressão
liberdade de imprensa
internet e a democratização da informação
inclusão digital
controle

- Cidades e urbanização
caos urbano, trânsito, enchentes
arte urbana (graffite)
construção da cidade ideal - 50 anos de Brasília

- Padrões sociais, identidade e liberdade
O direito à felicidade
Sucesso/ Fama/ Intimidade - conceitos modificados
Beleza, padrões sociais e eliminação do sujeito

- Intolerância religiosa e liberdade
Apedrejamento de mulheres
Proibição de vestimentas islâmicas na Europa

- A noção de desenvolvimento para o homem moderno
Crescimento econômico e consumo
Degradação ambiental
Retrocesso no pensamento
Dependência de máquinas e computadores

- Afetos e normalidade
O que é ser normal?
Tristeza e timidez são doenças?
Como lidar com amizade, amor, solidão, multidão, medo?
Relações superficiais e efêmeras X vazio existencial

- Vício - álcool, drogas, jogos
busca de prazer
jovens, o desafio dos limites e o distanciamento da noção de morte
insegurança, dificuldade de lidar com derrotas e frustrações
violência contra si e contra o outro

- Participação política
Corrupção e a lei "Ficha limpa"
A vitória dos candidatos bizarros: a política como brincadeira ou o reflexo do vazio?
A nova política: wikileaks, Murbach, etc

- Castigos físicos e tutela estatal
A lei das palmadas
Como educar os filhos
Poder e controle nos dias atuais

- Espetacularização da vida
- exibicionismo e perda de privacidade: reality shows, twitter
- homens na caverna chilena
- julgamento de Alexandre Nardoni

- A relativização do tempo
a doença da pressa X movimentos slow.

- Língua, cultura e identidade:
a linguagem revela o pensamento
linguagem e patrimônio cultural (centenário de Adoniran Barbosa; línguas indígenas em extinção)
linguagem e prestígio social
o papel do humor na vida humana

-Educação
ensino tecnicista - visão imediatista e utilitarista
ensino generalista - formação de seres autônomos
diferencial ou essencial?

- Jovem e limites
hedonismo e imediatismo
sociedade competitiva e impiedosa
cultura da impunidade
bullying e trotes
álcool, drogas, sexualidade e desrespeito às leis.
o estilo Neymar de ser e a busca pela recompensa imediata

- O olhar no mundo de imagens
o ensaio sobre a cegueira - Saramago
olhar (direcionar o foco) e enxergar (compreender)
sentir e pensar

- Mundo pós-moderno e suas fronteiras
a relativização dos limites e fronteiras
a construção de referências e identidade
arte popular X arte erudita
moderno X arcaico
próximo X distante.

- Os valores do homem contemporâneo
Que valores regem o mundo atual?
Que novas abordagens existem sobre o trabalho; a felicidade; a solidariedade?
Há espaço para solidariedade e compaixão?

- Esporte
O esporte como arma política: África do Sul, a libertação de Mandela e a Copa de rugbi
Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil: oportunidade de integração nacional e desenvolvimento











Vestibular Insper 2010_2


Redação – Prova A










12










INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO:


a.

A redação deve ser uma dissertação em prosa, com no máximo 30 linhas.










b.


Não é necessário escrever um título para a redação, o título é dado juntamente com a proposta-tema.










c.


Fuga do tema implica nota zero.










d.


Redações com menos de 10 linhas serão desconsideradas.










e.


A redação pode ser feita a lápis.










f.


Anotações na folha identificada como “Rascunho da Redação” não serão consideradas.










g.


Somente será considerado o que estiver escrito na folha pautada e com linhas numeradas para a redação.










h.


Escreva sua redação com letra legível.










i.


Não é permitido destacar qualquer folha deste caderno, nem mesmo a folha de rascunho da redação.










ATENÇÃO:


Você deve finalizar o seu texto e passá-lo para a folha de redação até o horário limite de provas


(indicado no quadro na frente da sala).

Lembre-se de que você somente poderá retirar a folha para transcrever sua redação quando entregar o

Cartão de Respostas preenchido.










Considere os textos a seguir.










TEXTO I










Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois


eu também sou o escuro da noite.









(Clarisse Lispector,

A hora da Estrela)










TEXTO II










(Caulos.

Só dói quando eu respiro)










TEXTO III










Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto


eu mesmo, e esta lacuna é tudo









(Machado de Assis,

Dom Casmurro)










Reflita sobre as ideias apresentadas nos textos anteriores e desenvolva uma

dissertação em prosa.










Conforme indicado nas folhas de rascunho e de redação, utilize

o próprio tema como título de sua dissertação.

Tema/Título: Solidão: perdas ou ganhos?

Redação:









Riqueza da Língua

Jerônimo Teixeira
Engavetado desde sua assinatura, em 1990, voltou a assombrar o acordo ortográfico que visa a unificar a escrita do português nos países que o adotam como língua oficial. (...) Essa discussão tem implicações profundas de ordem técnica e comercial, além de provocar ainda mais ansiedade nos milhões de brasileiros mergulhados em dúvidas no seu empenho diário para falar e escrever bem. Dominar a norma culta de um idioma é plataforma mínima de sucesso para profissionais de todas as áreas. Engenheiros, médicos, economistas, contabilistas e administradores que falam de acordo








com o português culto e escrevem de acordo com o português padrão têm mais chance de chegar ao topo do que profissionais tão qualificados quanto eles mas sem o mesmo domínio da palavra.


Nas grandes corporações, os testes de admissão concedem à competência lingüística dos candidatos, muitas vezes, o mesmo peso dado à aptidão para trabalhar em grupo ou ao conhecimento de matemática. Diversas pesquisas estabelecem correlações entre tamanho de vocabulário e habilidade de comunicação, de um lado, e ascensão profissional e ganhos salariais, de outro.


Adaptação do texto da Revista Veja, 12 de setembro de 2007. p. 88-96.
Escreva um texto DISSERTATIVO a respeito da importância do bom domínio da língua
portuguesa em nossa sociedade. Você pode utilizar as informações do texto de apoio, mas não
pode transcrevê-las literalmente.


Redação:









A tirania adolescente









Até poucas décadas atrás, os pais educavam seus filhos com base numa regra simples: cabia a eles exercer sua ascendência sobre a prole de maneira inquestionável, pois – como diziam os avós dos adultos de hoje – criança não tinha direito nem querer. Muita coisa mudou desde então. Com a revolução comportamental dos anos 60, a difusão dos métodos pedagógicos modernos e a popularização da psicologia, a liberdade passou a dar o tom nas relações entre pais e filhos. A tal ponto que hoje se vive o oposto da rigidez que pontificava antes disso: em muitos lares, os pais é que se sentem desorientados e os filhos, na ausência de quem estabeleça limites à sua conduta, assumiram o papel de tiranos. (...)


Até meados dos anos 60, as regras dentro de casa eram impostas implacavelmente aos jovens. Hoje, é prática corrente estabelecê-las de comum acordo entre pais e filhos. Antes, os pais davam broncas, punham os filhos de castigo e cortavam regalias porque era assim que as coisas funcionavam, e ponto final. Hoje, cada sanção precisa ser acompanhada de boas justificativas – e haja suor e lábia para dar 200 explicações. Um dos motivos disso é que os jovens atuais são muito bem informados. (...)


As conseqüências da omissão dos pais na educação podem ser graves. Dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 20% das garotas entre 13 e 19 anos já enfrentaram uma gravidez precoce. Por outro lado, uma pesquisa recente revelou que um em cada quatro estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública brasileira já experimentou algum tipo de droga, além do cigarro e das bebidas alcoólicas. Em apenas uma década, a idade do primeiro contato com esse tipo de substância caiu dos 14 para os 11 anos. (...) Jovens educados de maneira negligente correm o risco de se tornar adultos infelizes e desajustados. A falta de limites faz com que muitas vezes essas pessoas se revelem inaptas para lidar com os reveses e frustrações naturais da vida. Elas têm dificuldade para se relacionar em ambientes marcados por hierarquias (como o trabalho) e, em muitos casos, não conseguem nem mesmo se emancipar – tanto do ponto de vista emocional quanto do financeiro.

Excerto do texto da Revista Veja, 18 de fevereiro de 2004.

Redação:








Escreva um texto DISSERTATIVO sobre as conseqüências da falta de limites na educação dos
jovens. Você pode utilizar as informações do texto de apoio, mas não pode transcrevê-las
literalmente.









"O brasileiro tem uma capacidade sem limite de viver num país onde a qualidade de vida é péssima. Só há um motivo para que o brasileiro seja maravilhoso: a mestiçagem."


Jorge Amado. Revista SuperInteressante, Ano 5, n.o 11, novembro de 1991. p. 26.









"Somos profundamente índios, profundamente africanos, mas revestidos de um sentimento que pretende branquear tudo. No fundo, somos um povo mazombo, todos nós."


Maria Yedda Leite Linhares. Revista SuperInteressante, Ano 5, n.o 11, novembro de 1991. p. 28.










* mazombo: filhos de pais estrangeiros, sobretudo de portugueses, que nascem no Brasil; iletrado, grosseiro, bruto,


atrasado.


"À maioria dos brasileiros falta garra e determinação para defender suas raízes."

Marcos Terena, indígena mato-grossense. Revista SuperInteressante, Ano 5, n.o 11, novembro de 1991. p. 30.










"Só falta o povo comer todo dia, conseguir emprego e completar o curso primário para que floresça uma civilização bela e alegre. Seria recomendável também enforcar as classes dominantes."


Darcy Ribeiro, antropólogo mineiro. Revista SuperInteressante, Ano 5, n.o 11, novembro de 1991. p. 31.









Escreva um texto

DISSERTATIVO, definindo o brasileiro.








Você poderá utilizar as informações dos excertos acima, sem, contudo, copiá-las integral ou parcialmente. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para justificar seu ponto de vista.










INSTRUÇÕES PARA REDAÇÃO







A charge reproduzida abaixo circulou pela rede Internet. Com base nas ideias sugeridas pela charge, redija uma

dissertação em prosa, na folha a ela destinada, argumentando em favor de um ponto de vista sobre o tema. A redação deve ser feita com caneta azul ou preta.







Na avaliação de sua redação, serão considerados:


a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o assunto;
b) coesão e coerência do texto; e
c) domínio do português padrão.

Atenção: A Banca Examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato.

PROPOSTA DE REDAÇÃO



ITA – 2011 - INSTRUÇÕES PARA REDAÇÃO



Observe a foto abaixo. A partir dela, e considerando os textos desta prova, redija uma dissertação em prosa, na folha a ela destinada, argumentando em favor de um ponto de vista sobre o tema. A redação deve ser feita com caneta azul ou preta.



Na avaliação de sua redação, serão considerados:



a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o assunto;

b) coesão e coerência do texto; e

c) domínio do português padrão. (Serão aceitos os dois Sistemas Ortográficos em vigor, conforme Decreto 6.583, de 29/09/2008.)

Atenção: A Banca Examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato. Você poderá usar para rascunho de sua redação as páginas em branco dos cadernos de questões desta prova e da prova de Inglês. O rascunho não será considerado para avaliação de sua redação.









PROPOSTA DE REDAÇÃO


Numa situação de comunicação, há, pelo menos, duas pessoas interagindo por meio da linguagem. Para


que a comunicação se realize com sucesso, é necessário que cada um dos interlocutores compreenda bem

o que o outro diz e não ficar sugestionado ela fala  o outro.
Thereza Cochar Magalhães e William Roberto Cereja (adaptado)


Celebração da desconfiança

No primeiro dia de aula, o professor trouxe um vidro enorme:


Isto está cheio de perfume – disse a Miguel Brun e aos outros alunos. Quero medir a percepção de

cada um de vocês. Na medida em que sintam o cheiro, levantem a mão.

E abriu o frasco. Num instante, já havia duas mãos levantadas. E logo cinco, dez, trinta, todas as mãos

levantadas.

Posso abrir a janela, professor? suplicou uma aluna, enjoada de tanto perfume, e várias vozes

fizeram eco. O forte aroma, que pesava no ar, tinha se tornado insuportável para todos.

Então o professor mostrou o frasco aos alunos, um por um. Estava cheio de água.

Eduardo Galeano.
(O livro dos abraços. Porto Alegre. p.156)

O
mendigo se aproxima de uma madame cheia de sacolas de compras, na calçada da Avenida

Atlântida, e diz:



Senhora, estou sem comer faz quatro dias...

Meu Deus! Gostaria de ter sua força de vontade!

(Amir Mattos,
org. Brincadeiras, pegadinhas e piadas da internet. Belo Horizonte: Editora Leitura. p.90)

___________________________________________________________________________________________________

Considerando que os textos acima têm caráter apenas motivador, redija um

texto dissertativo-argumentativo a respeito do seguinte tema:

OS JULGAMENTOS E AS “VERDADES” QUE INFLUENCIAM PESSOAS

NA INTENCIONALIDADE DISCURSIVA.

_______________________________________________________________________________

OBSERVAÇÕES:

1. Seu texto deve ser escrito na
modalidade padrão da língua portuguesa.

2. O texto
não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.

3. O texto deve ter, no
mínimo 15 (quinze) linhas escritas.

4. A redação deve ser desenvolvida
dentro do tema proposto.


PROPOSTA 1

A figura abaixo reproduz um tributo ao músico Jerry Garcia, estampado em uma página da Internet.
(O Globo, 20 . 09 . 95).

O uso do computador atinge níveis até então inimagináveis. Hoje, pode-se construir um "mausoléu virtual" em homenagem a personalidades mundiais ou mesmo para gravar ciberneticamente a memória de um ente querido. Este é o caso do tributo a Jerry Garcia, guitarrista da banda Grateful Dead falecido em 09.08.1995. Há, inclusive, homenagens cuja finalidade é polêmica: um mês antes da execução de Girves L. Davis, homicida condenado à morte no estado de Illinois, EUA, seus advogados o homenagearam num "mausoléu" da Internet por considerarem inconsistentes as provas que sustentaram a condenação do réu.
Redija uma dissertação, de aproximadamente 25 linhas, comentando a seguinte afirmação:

Computador: de mero depósito de informações a novo veículo de comunicação instantânea.




PROPOSTA 2

A convivência da sociedade contemporânea com o terrorismo sai do anonimato ideológico. Fato raro na história da imprensa, dois jornais norte-americanos, o Washington Post e o New York Times, publicaram em 19.09.1995 um manifesto de 35 mil palavras do terrorista conhecido por Unabomber. Segundo consta, o terrorista prometera parar de matar se o manifesto fosse divulgado à população mundial.
"A revolução industrial e suas
conseqüências foram um desastre" "A liberdade de imprensa tem pouca
utilidade para o cidadão comum"
"Nosso objetivo é destruir a sociedade
em sua forma atual"
(Trechos do manifesto do terrorista Unabomber.
O Globo, 20 . 09 . 95).

Unabomber, retrato falado de 1994.
Sobre o fato, comentou Arthur Sulzberger, editor do New York Times:
"Gostando ou não, oferecemos nossas páginas a um assassino. Mas estou convencido de que é a escolha certa entre opções ruins."
Redija uma dissertação, de aproximadamente 25 linhas, respondendo à seguinte pergunta:

Terrorismo: guerra suja ou luta ideológica?





PROPOSTA 3

Leia:
"Numa época em que o assassinato de policiais e o espancamento de mulheres são louvados no rádio pela voz dos "rappers", e em que o sangue parece o principal ingrediente das produções do cinema e da TV, formou-se um consenso - à direita e à esquerda - de que uma geração está crescendo sem fazer idéia do que são os valores que, nas palavras de Comte-Sponville, fazem com que o homem seja humano."
(FIGUEIREDO, Claudio. O certo e o errado. In: Jornal do Brasil,
Caderno Idéias, 26 . 8 . 95).
Observe, agora, o quadro abaixo, em que se faz menção a dois "best-sellers" recém-chegados às livrarias brasileiras - um escrito por André Comte-Sponville, outro por William J. Bennett - em cujas páginas se desenvolve o tema das virtudes humanas.


Redija uma dissertação, de aproximadamente 25 linhas, respondendo à seguinte pergunta:

Que valor se dá às virtudes humanas no mundo contemporâneo?



Proposta de Redação:

"O reconhecimento social de uma pessoa depende dos bens que ela possui ou de seus valores e atitudes?"

Produza ao menos 2 argumentos para fundamentar seu ponto de vista.