Redação UNICAMP

Links:

***Simulado da nova prova de Redação:


https://www.comvest.unicamp.br/vest2011/simulado/download/simulado2011.pdf



Expectativa da Banca:

https://www.comvest.unicamp.br/vest2011/simulado/download/expectativa_redacao.pdf


****Prova de Redação/2011:


https://www.comvest.unicamp.br/vest2011/F1/f12011QZ.pdf


Expectativa da Banca:


https://www.comvest.unicamp.br/vest2011/F1/redacao_expectativas.pdf



*****Prova de Redação/2012:


http://www.comvest.unicamp.br/vest2012/F1/f12012QZ.pdf


Expectativa da Banca:


http://www.comvest.unicamp.br/vest_anteriores/2012/download/comentadas/redacao.pdf



*****Prova de Redação/2013:

http://download.uol.com.br/vestibular2/prova/unicamp2013_1afaseSX.pdf



*****Prova de Redação/ 2014

http://www.comvest.unicamp.br/vest2014/F1/f12014QX.pdf

Expectativa da Banca:

http://www.comvest.unicamp.br/vest2014/F1/redacao_expectativas.pdf


*****Prova de Redação/ 2015


http://www.comvest.unicamp.br/vest2015/F2/provas/redport.pdf


Expectativa da Banca:

http://www.comvest.unicamp.br/vest2015/F2/provas/redacao_expectativas.pdf


Mudanças no vestibular:


A prova de Redação será aplicada na segunda fase e a primeira fase passa a ser composta por 90 questões de múltipla escolha (Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Filosofia, Sociologia, Física, Química, Biologia, Inglês, além de questões interdisciplinares). 


A segunda fase será realizada da seguinte forma:



1º Dia 

- Prova de Redação;
- Prova de Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa.  


2º Dia 

- Prova de Matemática;
- Prova de História;
- Prova de Geografia.


3º Dia 

- Prova de Física;
- Prova de Química;
- Prova de Biologia.


Aviso:

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) utilizará as notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011 no processo seletivo deste ano, se as notas forem disponibilizadas até o dia 15 de janeiro de 2012. A utilização do resultado do exame será opcional e irá compor até 20% da nota da primeira fase do vestibular.
No entanto, as notas do Enem não serão utilizadas na classificação dos candidatos para a segunda fase, pois a Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares) precisaria dos dados até o dia 30 de novembro. A inclusão das notas do Enem só ocorrerá no momento de calcular as notas finais dos candidatos, após a segunda fase.


Agora vamos treinar!


Proposta de REDAÇÃO

Máscara
“Uma máscara não é, principalmente, aquilo que representa, mas aquilo que transforma, isto é: que escolhe não representar.”
Adaptação de texto disponível em <http://studium.iar.unicamp.br/sete/5.html?=index.html>. Acesso em 18/10/06.
“Todos nós, desde crianças, aprendemos com nossos pais e professores uma série de regras para viver em sociedade. Aprendemos o que se deve e o que não se deve fazer. Os problemas acontecem quando nos esquecemos de quem somos e nos misturamos com as máscaras que criamos.”
Adaptação de texto disponível em <http://www1.uol.com.br/vyaestelar/eu_mascarado.htm>. Acesso em 18/10/06.
Com base nos dados fornecidos, redija uma narrativa
1) com uma personagem criada por você, a qual tenha mudado de comportamento para se livrar de uma situação embaraçosa;
2) em que haja conflitos resultantes dessa mudança.

Proposta de REDAÇÃO








"Jeitinho brasileiro"
    

"Assim é o brasileiro: dá jeito em tudo. Sua versatilidade abrange um sem-número de situações: é o pára-lama do carro amarrado, em vez de soldar; são os juros embutidos no valor da prestação fixa; é matar a avó pela quinta vez para justificar a ausência a uma prova, na escola. (...) O brasileiro possui uma alta capacidade de adaptação às situações mais inesperadas, que muitas vezes pode significar a diferença entre viver ou morrer, entre estar desempregado ou 'arranjar uma profissão alternativa' para manter a si próprio e à família."
Texto disponível em <www.teologiabrasileira.com.br/Default.asp?ColunistaID=20>. Acesso em 29/05/2006.







Redija uma narrativa em 1.ª ou em 3.ª pessoa, na qual as personagens vivenciem um fato cuja resolução seja dada pela "experiência" do famoso jeitinho brasileiro.



Proposta de REDAÇÃO

Os textos desta Prova de Redação abordam o tema sobre a nova lei antipalmada, que já foi trabalhado nos três textos da Prova de Língua Portuguesa. Tendo todos esses textos como apoio, redija os gêneros textuais solicitados.

PROJETO DE LEI

Altera a Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (...)

Art. 1.º A Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescida dos seguintes artigos:

Art. 17-A. A criança e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar, tratar, educar ou vigiar, sem o uso de castigo corporal ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação, ou qualquer outro pretexto.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I – castigo corporal: ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente.

II – tratamento cruel ou degradante: conduta que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a criança ou o adolescente.

Disponível em: <http://portal.mj.gov.br/sedh/bata.pdf>. Acesso em: 21 set. 2010.

Tapinha dói (Rosely Sayão)

Muitas mães pensam que um tapinha dado no filho, com amor e boa intenção, não dói. Dói sim, e como dói! E não apenas no corpo. Claro, este padece nessa hora, mas a criança fica principalmente magoada com aquele adulto de quem espera proteção, amor e cuidado, e não agressão. Resultado: o vínculo de confiança que deveria haver entre eles pode ser afetado, prejudicado. Por que ainda se bate em criança? Há quem acredite que o ironicamente chamado “tapa pedagógico” tenha efeito educativo. Não tem, e isso pode ser constatado no próprio convívio com crianças que levam castigos físicos quando cometem alguma transgressão. Crianças de todas as classes sociais, desde bem pequenas, apanham porque não conseguem ainda se controlar e fazem o que os adultos esperam que já saibam que não poderiam ou deveriam fazer. Mas voltam a cometer a mesma falta. E apanham novamente. (...) Sempre é bom lembrar que educar uma criança é socializá-la, ou seja, introduzi-la no mundo do convívio civilizado. Bater em uma criança para ensinar a ela que é preciso saber esperar, mostrar respeito ao outro, relacionar-se com boas maneiras e aceitar alguns impedimentos na vida não faz o menor sentido, portanto. É contraditório. Isso posto, não há como defender o uso de castigos  físicos em nome de uma boa educação. É possível, quando necessário, aplicar sanções na criança ou ao jovem que não são humilhantes ou violentas, tanto sob o aspecto físico quanto moral.

Texto adaptado da Folha de S.Paulo. São Paulo, 27 jul. 2010.

Ao propor a proibição da palmada, o Estado infantiliza os pais (Eliane Brum)

Será que palmada é crime e eu não estou percebendo algo importante? Antes de seguir quero deixar muito claro que, obviamente, espancamento é crime. Seja dos pais ou de quem for. Palmada não. E nada me convence de que precisamos de mais uma lei, já que a legislação existente pune o espancamento e demais agressões físicas. Nada tampouco me convence de que o Estado deve interferir neste nível na vida privada, na maneira como cada um educa seus filhos. (...) Um dos argumentos em defesa da nova lei é a de que as pessoas não saberiam a diferença entre uma palmada e um  espancamento. Acredito que a maioria das pessoas sabe muito bem a diferença entre dar um tapa na bunda de uma criança e espancar uma criança. (...) Espancamento, ouso dizer que a maioria de nós não experimentou. Mas palmadas quase todos conhecem na pele. Eu nunca fui espancada pelos meus pais, mas recebi várias palmadas. E todas elas, na minha percepção, foram atos de amor e de educação. Eu nunca espanquei minha filha, mas dei várias palmadas nela. E também foram atos de amor e de educação. (...) Não estou fazendo aqui nesta coluna uma apologia da palmada. Há pais que educam sem bater – e conheço alguns. Há outros que educam dando palmadas quando outras tentativas se esgotam. Os que não batem não são melhores pais porque não batem – e vice-versa. (...) Não tenho dúvida de que os autores e apoiadores da lei são bem intencionados. Mas acho que se equivocaram e erraram o alvo. Uma lei como esta desautoriza os pais – e o faz numa época em que eles mesmos, por diversas razões, já desautorizam a si mesmos. Ao exercer sua autoridade de forma abusiva, o Estado esvazia de autoridade e infantiliza seus cidadãos. Isto é grave.

Texto adaptado. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/

GÊNERO TEXTUAL 1 – CARTA DO LEITOR

Como leitor da revista Veja, escreva uma carta ao editor, Sr. Silva, com até 15 linhas, expondo sua opinião a respeito da “nova lei antipalmada”, sustentando sua posição. Assine a carta apenas com o nome Leitor.

GÊNERO TEXTUAL 2 – RELATO



Como repórter, redija um relato, com até 15 linhas, que fará parte da reportagem da revista Veja sobre a “nova lei antipalmada”, no qual se exemplifique uma experiência sobre o tema.




Proposta  Crônica

Leia o textos abaixo, para utilizá-los como base para a sua redação.
•Crie uma crônica, para ser publicada em um jornal de sua cidade, narrando um fato em que a personagem envolve-se em algum tipo de complicação por um distúrbio de comportamento relacionado ao uso da informática.
Distúrbios de comportamento relacionados ao uso da informática
Já é bastante comum atualmente ouvirmos relatos sobre pessoas que deixam de ter vida social por preferirem passar as madrugadas navegando na Internet ou, no pólo oposto, histórias de profissionais que colocam seu emprego em risco devido às suas dificuldades e resistências em enfrentar a “máquina”. Tais situações podem sinalizar alguns dos sintomas do “abuso” ou da “fobia” diante dos recursos tecnológicos. Estes são alguns dos novos distúrbios de comportamento que vêm chamando a atenção dos profissionais da Psicologia.
O fascínio da grande rede (WEB)
Algumas das características desse novo canal de comunicação parecem reforçar seu poder de atração. O que tanto atrai as pessoas na Internet? O que as prende, por horas a fio, frente ao monitor?
A Internet já foi bastante exaltada pelas vantagens que oferece ao homem moderno: a principal delas talvez seja o rompimento da barreira do espaço e do tempo, aliada à imensa quantidade de informação que permite acumular e partilhar.
Por outro lado, a Internet parece criar um ambiente propício para os sonhos virtuais. Essa sedução pode levar a dois caminhos: atrair e escravizar os usuários, que passam horas hipnotizados navegando na rede, prejudicando suas relações pessoais e profissionais; ou propiciar o encaminhamento positivo desse envolvimento.
O outro pólo: usuários tecnofóbicos
Se há pessoas fanáticas por Internet, há outras que sequer querem saber como acessá-la. Ou, pior: nem querem ver o computador por perto. Há relatos de pessoas que chegam a recusar uma proposta de promoção no trabalho, por medo de lidar com as novas tecnologias. Se há os “viciados”, existem, por outro lado, as pessoas que apresentam uma espécie de “fobia” à informática. Toda essa exigência presente na vida atual, da utilização de computadores ou seus similares – principalmente na esfera profissional – acaba por gerar certa angústia para muitos indivíduos.
Estas pessoas desenvolvem esse tipo de rejeição como reflexo da pressão da sociedade, pressão essa que parece exigir que todos nós estejamos a par das novidades tecnológicas. Além disso, estas pessoas tendem a se assustar com o novo, podendo apresentar dificuldades no aprendizado de seu uso, chegando a ver o computador como um monstro, quase como uma entidade que possui vida própria.
http://vestibular.slmandic.edu.br/2009/arquivos/prova_vestibular_2008.pdf
( 10:22h de 29/07/2009)



Proposta  Crônica
Os textos abaixo retratam atitudes semelhantes assumidas por Maria da Glória, em Lucíola, e José Dirceu, Ministro da Casa Civil do então governo brasileiro, que mudaram de identidade por razões distintas.
•Crie uma crônica, para ser publicada em um jornal de sua cidade,
narrando um fato em que a personagem também troca de identidade.
Ao fazê-lo, explicite a razão que motivou a troca.
“O sorriso pálido que contraiu o rosto de Lúcia parecia despedaçar-lhe a alma nos lábios:
– Sabe agora o segredo da cupidez e avareza de que me acusavam. Encontram-se no Rio deJaneiro homens como Jacinto, que vivem da prostituição das mulheres pobres e da devassidão dos homens ricos; por intermédio dele vendia quanto me davam de algum valor. Todo esse dinheiro adquirido com a minha infâmia era destinado a socorrer meu pai e a fazer um dote para Ana. Jesuína continuava a servir-me. Minha família vivia tranqüila, e seria feliz se a lembrança do meu erro não a perseguisse. Nisto uma moça quase de minha idade veio morar comigo; a semelhança de nossos destinos fez-nos amigas; porém Deus quis que eu carregasse só a minha cruz. Lúcia morreu tísica; quando veio o medico passar o atestado, troquei os nossos nomes. Meu pai leu nos jornais o óbito de sua filha; e muitas vezes o encontrei junto dessa sepultura onde ele ia rezar por mim, e eu pela única amiga que tive neste mundo.
– Morri pois para o mundo e para minha família. Foi então que aceitei agradecida o oferecimento que me fizeram de levar-me à Europa. Um ano de ausência devia quebrar os últimos laços que me prendiam. Meus pais choravam sua filha morta; mas já não se envergonhavam de sua filha prostituída. Eles tinham-me perdoado. Quando voltei, só restava de minha família uma irmã, Ana, meu anjo da guarda. Está num colégio educando-se.”
“Eis a minha vida. O que se passava em mim é difícil de compreender, e mais difícil de confessar. Eu tinha-me vendido a todos os caprichos e extravagâncias; deixara-me arrastar ao mais profundo abismo da depravação; contudo, quando entrava em mim, na solidão de minha vida íntima, sentia que eu não era uma cortesã como aquelas que me cercavam. Os homens que chamavam meus amantes valiam menos para mim do que um animal; às vezes tinha-lhes asco e nojo.”
ALENCAR, José. Lucíola.
“(…) Em 1975, desgastado com o exílio e os cubanos, [José Dirceu] decidiu deixar em Havana o passado, a identidade e o rosto original e foi morar em uma cidade do interior do Paraná, Cruzeiro do Oeste. Por quatro anos, viveu sob a pele de uma ficção: o empresário Carlos Henrique Gouveia de Melo, paulista de origem judia, natural de Guaratinguetá, sujeito pacato e torcedor fanático do Corinthians. Durante esse período, não revelou a verdadeira identidade nem mesmo para a mulher com quem se casou e teve o primeiro filho. Clara Becker só veio a saber que o marido era um ex-preso político, libertado em troca de um embaixador seqüestrado, no quarto ano de casamento. Carlos Henrique nasceu na mesa de operações de um hospital cubano. Em 1970,
José Dirceu submeteu-se a uma cirurgia plástica que lhe transformou as feições. Dois cortes feitos na altura das orelhas permitiram que os médicos levantassem as maçãs de seu rosto, e um terceiro, logo acima do lábio superior, serviu para que lhe implantassem uma prótese no nariz. Originalmente reto, tornou-se ligeiramente adunco. O resultado, se prejudicou sua aparência, ajudou-o a preservar o pescoço – desafio que poucos de seus pares venceram. Dos 28 brasileiros com quem morou em Havana, em 1969, no sobrado que seria depois citado como a “Casa dos 28”, nada menos que dezessete morreram nas mãos de policiais brasileiros.
(…) José Dirceu tem orgulho de sua trajetória. Tanto que colecionou documentos e fotos ao longo da vida e acabou doando esse material ao Arquivo Edgard Leuenroth, da Universidade de Campinas. José Dirceu é uma das poucas pessoas que podem dizer, sem exagero, que a própria vida daria um filme.”
LIMA, João Gabriel e OYAMA, Thaís, “O homem que faz a cabeça de Lula”. Revista VEJA, 25.09.2002, p.49–52.

Proposta Crônica:








Um gênero textual de leitura bastante fluente e agradável é a crônica.
Muito veiculada em jornais e revistas, valoriza fatos cotidianos filtrados pelo olhar diferenciado do autor; em uma crônica, fatos banais tornam-se exclusivos, inusitados e coloridos. É um texto que admite uma linguagem informal e busca um tom leve e dinâmico para envolver seu leitor.
Leia a seguir uma crônica de Affonso Romano de Sant’Anna:








O Brasil na estrada

Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar
regressando de qualquer cidade brasileira, que a situação seria a mesma. É
que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra não nos
tratados, mas num simples incidente cotidiano.
Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De
repente, na altura de Itaboraí (como acontece frequentemente), o fluxo dos
veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um policial de
trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma
técnica que costumam usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando
vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar certo na Escandinávia,
nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando
este processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio.
Ela sabe que, se deixar, os motoristas vão começar a ultrapassagem pela
contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É uma forma
também de evitar desastres.
Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece
os brasileiros. Porque ela apenas armou o cenário para a dramatização de
mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos assistir ao rito do
“brasileiro esperto” que “leva vantagem em tudo”.
Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro. O trânsito é lento,
mas se continuarmos assim chegarei ao Rio a tempo [...].
De repente, percebo que um carro lá longe, atrás de mim, passa para
a contramão e vem desabaladamente, ultrapassando a todos nós, simples
carneiros ali obedientes. Com isto, ele ganhou alguns quilômetros à nossa
frente. Mas vejo isto e percebo que lá vem outro brasileiro esperto, outro e
mais outros, todos na contramão ultrapassando a manada que pacientemente
acredita que a ordem social possa levar a alguma coisa.
Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se
formando sem que surja qualquer guarda alemão ou sueco para controlar o
que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas começando.
A ultrapassagem agora não é só pela minha esquerda. Começam a
avançar pela minha direita, contra todas as ordens de trânsito. São ônibus,
caminhões e carros que vão andando metade no asfalto, metade no barro
e lama. Parecemos um exército de ocupação, uma romaria. Alguns ônibus
estão cheios de torcedores de futebol, que cantam e batem na lataria, hostilizando
os que transitam na pista certa. [...]
Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco
filas indo em direção ao caos. Lá de trás vieram outros espertinhos passando
pelo matagal, pensando que seus carros são tanques. E não são meninões
com tábua de surfe, mas respeitáveis senhores e matronas, com bigode e
pança, que na segunda-feira vão se assentar nos escritórios para dirigir o
país. A irracionalidade é total. [...]
Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento:
“Câmbio/confusão geral/danou tudo/não tem mais jeito/câmbio”.
Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e infelizes,
enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos,
achando que íamos iludir o FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria.
Ali estamos como o “deputado pianista” e o que vota seu desonesto
jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo
o imposto de renda. Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados,
todos apalermados porque não sabíamos que a história do país pode
engarrafar.
SANT’ANNA, Affonso Romano de. Porta de colégio & outras crônicas . 7 ed. São Paulo: Ática, 2003, pp.106-8.








Nessa crônica, Affonso Romano de Sant’Anna traça um rápido perfil
do comportamento do brasileiro no trânsito e na vida e, para isso, utiliza
com humor e leveza um momento cotidiano geralmente estressante: um
congestionamento. A frota brasileira não para de crescer, no entanto, o número
e as condições de nossas estradas não evoluem na mesma proporção.
O resultado dessa equação é que, na maioria dos estados, brasileiros precisam
enfrentar o caos em situações de pico, seja ao final do dia, seja na hora
de viajar. Leia os textos a seguir que propiciam outras reflexões acerca do
mesmo tema.








Proposta de redação

Você, provavelmente, já passou por uma situação como essa ou conhece
alguém que perdeu horas em um congestionamento.
Redija uma crônica, relatando essa situação. Para isso siga estas recomendações:
1. Considere que a crônica, por apresentar apenas um fato do cotidiano captado
pelo olhar sensível do autor, costuma ser curta.
2. Escolha um recorte da situação que vai narrar para respeitar a brevidade
do gênero (não vá escrever uma novela!).
3. Imagine que você está escrevendo para uma revista semanal de notícias
(como a Veja, ou a Época...) e que seu texto será lido por brasileiros de







diversas regiões que costumam enfrentar o mesmo problema que você
relata. Tente diverti-los um pouco.
4. Faça um rascunho de seu texto, leia-o com atenção e só depois de considerar
possíveis alterações, entregue a versão final.
5. Por fim, escolha um bom título, pois por meio dele é que se estabelece o

primeiro contato com o texto.







PROPOSTA 1


Imagine que você é um jornalista e ao ler a notícia sobre a escassez da água, decidiu escrever uma crônica argumentativa numa revista de grande circulação.

Deverá discutir necessariamente:

- a importância da água para a humanidade
- possível solução.



Leia atentamente o texto abaixo:



Cerca de 1/3 da população mundial vai experimentar os efeitos da escassez de água nos

próximos 25 anos, segundo o estudo divulgado pelo Instituto de Gerenciamento da

Água, um centro de pesquisas do Grupo Consultivo em Pesquisa Internacional da
Agricultura. O estudo, o primeiro a analisar o ciclo completo de uso e reúso da água,
apontou para o desaparecimento de mananciais de água, como poços, lagos e rios. O
trabalho projeta o suprimento e a demanda de água para 118 países no período 1990–
2025. A escassez pode ser um fator de instabilidade segundo os especialistas,
principalmente dentro dos próprios países porque diferentes setores da economia estão
competindo pela água. (...)




REDAÇÃO


Instruções



A prova de Redação apresenta três propostas de construção textual. Para produzir


o seu texto, você deve escolher um dos gêneros indicados abaixo:


A – artigo de divulgação científica


B – crônica


C – carta aberta

O tema é único para os três gêneros e deve ser desenvolvido segundo a proposta

escolhida. Fuga do tema anula a Redação.

A leitura da coletânea é
obrigatória. Ao utilizá-la, você não deve copiar trechos ou

frases sem que essa transcrição esteja a serviço do seu texto.

Independentemente do gênero escolhido, o seu texto não deve ser assinado.

Tema:

Memória: constitutiva do homem e formadora da identidade social

Coletânea

Uma memória coletiva se desenvolve a partir de laços de convivência familiares, escolares, profissionais.

[...] Que interesse terão tais elementos para a geração atual? [...] Por muito que deva à

memória coletiva é o indivíduo que recorda. Ele é o memorizador e das camadas do passado a

que tem acesso pode reter objetos que são, para ele, e só para ele, significativos dentro de um

tesouro comum. [...] Se a memória da infância e dos primeiros contatos com o mundo se aproxima,

pela sua força e espontaneidade, da pura evocação, a lembrança dos fatos públicos acusa,

muitas vezes, um pronunciado sabor de convenção. [...] Na memória política, os juízos de valor

intervêm com mais insistência. O sujeito não se contenta em narrar como testemunha histórica

“neutra”. Ele quer também julgar, marcando bem o lado em que estava naquela altura da História,

e reafirmando sua posição ou matizando-a.

A memória dos acontecimentos políticos suscita uma palavra presa à situação concreta do sujeito.

O primeiro passo para abordá-la, parece, portanto, ser aquele que leve em conta a
localização de

classes
e a profissão de quem está lembrando para compreender melhor a formação do seu ponto

de vista. [...] Há um modo de viver os fatos da História, um modo de sofrê-los na carne que os

torna indeléveis e os mistura com o cotidiano, a tal ponto que já não seria fácil distinguir a memória

histórica da memória familiar e pessoal.

Bosi, E.
Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Edusp, 1987, p. 332-333, 371-385.

A campanha de salvamento de Abu Simbel, alto Egito, foi fundamental para a consolidação do

conceito de patrimônio mundial, difundindo em todo o mundo a idéia de que a responsabilidade

pela preservação dos grandes monumentos – os tesouros do patrimônio mundial – não toca apenas

aos países onde eles se situam, mas sim a todos os povos da terra, sem exceção.

PLANETA, n. 395. São Paulo, ago. 2005, p. 45. [Adaptado]

[...] Já faz tempo eu vi você na rua / Cabelo ao vento, gente jovem reunida / Na parede da memória

essa lembrança é o quadro que dói mais / Minha dor é perceber que apesar de termos feito

tudo o que fizemos / Ainda somos os mesmos e vivemos / Como nossos pais [...]

BELCHIOR. Como nossos pais
. Intérprete: REGINA, E. O mito. São Paulo: Universal Music, 1995.

1 CD. Faixa 3.

UFG/PS/
2006

7

Baú de recordações
. A professora aposentada

Neuza Guerreiro de Carvalho (foto) guarda as

memórias de seus 75 anos de vida em três baús

e em dezenas de livros. Ali estão registros escritos,

fotografias e objetos que contam não só a

história de sua existência mas também a dos

familiares que a antecederam e a sucederam e

ainda a da cidade em que sempre viveu, São

Paulo. A lembrança mais remota que conserva?

“Uma caixinha que era do meu pai”, diz ela, e, do

fundo do baú que leva o nome “Memórias e

Histórias”, saca a caixinha cuidadosamente

embalada para que dure por muitos anos. [...]

Gosto do passado
. Década de 50. Numa casa pobre, do bairro de Remédios, SP, crianças olham

a chuva cair lá fora. Irene é uma delas. Do fogão à lenha sobe o cheiro de alho frito. O aroma perfuma

a tarde. O avô de Irene faz miga, comida espanhola conhecida em Portugal como sopa de

pão. A tropa mirim se aquieta. [...] “Era aniversário do meu marido e eu estava servindo uma receita

russa quando me lembrei da miga”, conta a dona-de-casa Irene Cavallini, 61. Correu e incluiu a

passagem no livro “No vão da escada”, que publicou independentemente após fazer o curso

“Resgatando e escrevendo suas memórias”, do Colégio Santa Maria, SP. [...] “Resgatar a própria história

é um modo de se redescobrir e de registrar quem você é”, diz Maria Aldina Galfo, professora do

curso.

FOLHA DE S. PAULO. São Paulo, 8 set. 2005, p. 8. Equilíbrio. [Adaptado].

Imagine se existisse uma pílula da memória. Apenas um simples comprimido seria suficiente para

não esquecermos nunca mais a data de aniversário do avô ou todos os detalhes daquela viagem

de verão. Pois essa milagrosa invenção já está sendo desenvolvida por cientistas da Universidade

da Califórnia, que afirmaram à revista
New Scientist que ela poderia ser usada na recuperação de

pessoas em estado de cansaço, no tratamento de pacientes com Alzheimer e até mesmo para

aumentar o desempenho de pessoas saudáveis.

FOLHA DE S. PAULO. São Paulo, 8 set. 2005, p. 6. Equilíbrio.

E se pudéssemos tomar um remédio que nos ajudasse a esquecer? Uma notícia divulgada no

final de julho na revista científica
Nature revelou que um grupo de psiquiatras nos EUA acredita

que drogas do tipo bloqueadores
beta, utilizadas largamente para tratar hipertensão, agem “apagando

memórias ruins”, se administradas no momento certo. [...] Conta o psiquiatra Frederico

Graeff, da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto: “a droga não faz esquecer um trauma,

o que pode fazer é barrar um fluxo emocional excessivo, a pessoa não revive os sentimentos”.

“O bloqueador
beta inibe a ação da adrenalina e sua ‘prima’ no cérebro, a noradrenalina. Se

você tem uma experiência emocionalmente estimulante, você vai liberar essas substâncias no

corpo e no cérebro, e elas têm o papel de determinar o quão fortemente as memórias serão lembradas.

O bloqueador
beta barra a ação delas e enfraquece as memórias”, detalha James Mc-

Gaugh
.

GALILEU. São Paulo, set. 2005, n. 170, p. 37-38. [Adaptado].

Preservar a vida é o mais arraigado dos instintos. Na evolução das espécies, a seleção natural

cuidou de eliminar os incapazes de defendê-la com unhas e dentes.

Os seres humanos não constituem exceção, mas, pelo fato de sermos animais racionais, aceitamos

determinados limites para a duração da existência; mantê-la a qualquer custo não nos parece

sensato. A perda irreversível da memória configura uma dessas situações. Incapazes de lembrar

quem somos e de entender o que se passa a nossa volta, de que vale a condição humana?

VARELLA, D. A memória da velhice.
Folha de S. Paulo. São Paulo, 3 set. 2005, p. E12.

UFG/PS/
2006

8

Atualmente, é triste a constatação de que há pouca gente sensível à manutenção de nossos monumentos,

sensível à arquitetura produzida por nossos antepassados nessa cidade. [...] Infelizmente,

atualmente o descaso com esse patrimônio vem se tornando prática comum: a regra é pôlo

abaixo. O que torna tudo pior é que em seu lugar surgem invariavelmente construções pioradas

em todos os sentidos: estética, funcional ou economicamente. A situação é mais dramática no

Centro da cidade, região em que os edifícios têm maior valor histórico e mesmo arquitetônico.

Pois ali casas, sobrados e edifícios são postos abaixo para dar lugar a construções provisórias,

barracões, puxados ou mesmo a meros estacionamentos.

UNES, W.
Identidade art déco de Goiânia. São Paulo: Ateliê Editorial; Goiânia: Editora da UFG, 2001, p. 20-21.

[Adaptado].

Se o mundo do futuro se abre para a imaginação, mas não nos pertence mais, o mundo do passado

é aquele no qual, recorrendo a nossas lembranças, podemos buscar refúgio dentro de nós

mesmos, debruçar-nos sobre nós mesmos e nele reconstruir nossa identidade. [...] O tempo da

memória segue um caminho inverso ao do tempo real: quanto mais vivas as lembranças que vêm

à tona de nossas recordações, mais remoto é o tempo em que os fatos ocorreram.

BOBBIO, N.
O tempo da memória. Rio de Janeiro: Campus, 1997. Contracapa.

(Tudo é sombra de sombras, com certeza [...]

Vão-se as datas e as letras eruditas / na pedra e na alma, sob etéreos ventos, / em lúcidas venturas e

desditas.

E são todas as coisas uns momentos / de perdulária fantasmagoria, / – jogo de fugas e aparecimentos).

Das grotas de ouro à extrema escadaria, / por asas de memória e de saudade, / com o pó do chão

meu sonho confundia.

MEIRELES, C.
Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999, p. 40.

Propostas de Redação

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A – ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

O artigo de divulgação científica traz, numa linguagem acessível ao grande público,

reflexões a respeito de determinado tema investigado por uma comunidade científica. Geralmente,

as opiniões de estudiosos e os resultados das investigações se complementam

ou se opõem. Esse gênero se constitui a partir de uma seleção de informações e comentários

relevantes para se ter uma visão geral acerca do tema. No texto, predominam seqüências

expositivo-argumentativas.

Imagine que você seja um jornalista de uma revista de divulgação científica e escreva

um artigo a respeito das concepções de memória social, política, biológica etc. No

projeto argumentativo, considere as relações entre essas diferentes perspectivas, o papel

que esses tipos de memória exercem na formação do homem e na constituição da identidade

de um povo.

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B – CRÔNICA ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

A crônica pode apresentar tanto características de um texto literário quanto de um

texto jornalístico. Impressões a respeito de fatos ou de situações do cotidiano são recriadas

em um texto que objetiva divertir o leitor e/ou trazer uma análise crítica. Nesse gênero,

predominantemente narrativo-expositivo, o narrador pode ser participante ou não da

história.

Imagine que você tenha tomado
uma pílula recém-lançada no mercado e isso gerou

conseqüências nas suas relações sociais (na família, no trabalho, na vida afetiva etc),

pois entre os efeitos da pílula, que age na memória, podem estar a lembrança e/ou o esquecimento

de fatos e pessoas interessantes. A partir dessa situação, escreva uma crônica

para ser publicada em um jornal de circulação local, considerando que a perda ou a

recuperação da memória pode influenciar a construção de sua identidade.

UFG/PS/
2006







A coletânea de textos a seguir aborda a temática O destino dos resíduos urbanos atualmente nas cidades. Tendo-a como apoio, redija os gêneros textuais solicitados.
Lixo urbano
Jairo Augusto Nogueira Pinheiro
Desde o surgimento dos primeiros centros urbanos, a produção de lixo se apresenta como um problema de difícil solução. A partir da Revolução Industrial, com a intensificação da migração dos trabalhadores do campo para a cidade, aumentaram as dificuldades referentes à produção de resíduos sólidos de diferentes naturezas (domésticos, industriais, serviços de saúde, etc.).
(…)
Os excedentes vão se acumulando cada vez em maior escala, colocando a questão do lixo urbano como uma das mais sérias a ser enfrentada atualmente. Com a elevação da população e, principalmente, com o estímulo dado ao consumismo, o problema tende a se agravar.
(…)
A grande preocupação em torno do destino do lixo se dá principalmente em face da sua característica de inesgotabilidade, comprometimento de grandes áreas e pela sua complexidade estrutural, devido à grande variedade de materiais, desde substâncias inertes a substâncias altamente tóxicas. A heterogeneidade é uma das características principais dos resíduos sólidos urbanos, que apresentam uma composição qualitativa e quantitativa muito variada. Essas variações ocorrem geralmente em função do nível de vida e educação da população, do clima, dos modos de consumo, das mudanças tecnológicas, etc.
(…)
A partir da Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em  larga escala e a introduzir novas embalagens no mercado, aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos gerados nas áreas urbanas. O homem passou a viver então a era dos descartáveis, em que a maior parte dos produtos – desde guardanapos de papel e latas de refrigerante, até computadores – são utilizados e jogados fora com enorme rapidez. Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das metrópoles fez com que as áreas disponíveis para colocar o lixo se tornassem escassas. A sujeira acumulada no ambiente aumentou a poluição do solo e das águas e piorou as condições de saúde das populações em todo o mundo, especialmente nas regiões menos desenvolvidas. Até hoje, no Brasil, a maior parte dos resíduos recolhidos nos centros urbanos é simplesmente jogada sem qualquer cuidado em depósitos existentes nas periferias das cidades. O lixo urbano é, portanto, um dos maiores problemas da atualidade, pois os moldes de consumo adotados pela maioria das sociedades modernas estão provocando um aumento contínuo e exagerado na quantidade de lixo produzido.
(Texto adaptado de http://www.webartigos.com/articles/10684/1/Lixo-Urbano/pagina1.html)
Destinação correta dos resíduos sólidos urbanos requer inicialmente investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão
Mônica Pinto
O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil é um estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – Abrelpe – desde 2003. Em sua segunda edição, com dados referentes ao ano de 2004, ele mostra que a questão do lixo no país demanda não só vontade política para fazer andarem os projetos, para levar ao povo procedimentos de asseio basilares. Mais que isso, todo esse processo requer investimentos vultuosos, da ordem de R$ 1,3 bilhão na fase pré-operacional e R$ 80 milhões/mês na fase operacional.
(…)
O Brasil tem hoje 237 cidades, em todas as regiões, com coleta seletiva de lixo. Parece pouco diante do universo de 5.560 sob a bandeira verde-amarela, mas a curva é ascendente e os números otimistas. Ainda mais se observados os estímulos à reciclagem, que invariavelmente caminham junto com a coleta seletiva. Os dados mais significativos quanto à reciclagem podem ser sintetizados a seguir: •  a taxa de recuperação de papéis recicláveis evoluiu de 30,7%, em 1980, para 43,9%, em 2002; •  a reciclagem de plásticos pós-consumo é da ordem de 17,5, sendo que, na Grande São Paulo, o índice é de 15,8% e, no Rio Grande do Sul, é da ordem de 27,6%; •  a reciclagem de embalagens PET cresceu de 16,25%, em 1994, para 35%, em 2002; •  a reciclagem das embalagens de vidro cresceu de 42% para 45% entre 2001 e 2003; •  o índice de reciclagem de latas de aço para bebidas evolui de 43%, em 2001, para 75%, em 2003.
(Texto adaptado de http://noticias.ambientebrasil.com.br/exclusivas/2005/06/28/19786-exclusivo-destinacao-correta-dos-residuos-solidos-urbanos-requer-inicialmente-investimentos-da-ordem-de-r-13-bilhao.html)
Você sabe a diferença entre lixão, aterro controlado e aterro sanitário?
Um  lixão é uma área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Não tem sistema de tratamento de fluentes líquidos – o chorume (líquido preto que  escorre do lixo). Este penetra pela terra levando substâncias contaminantes para o solo e para o lençol freático. (…) No lixão, o lixo fica exposto sem nenhum procedimento que evite as consequências ambientais e sociais negativas.
Já o aterro controlado (…) é uma célula adjacente ao lixão (…) que recebeu cobertura de argila, grama (idealmente selado com manta impermeável para proteger a pilha de água de chuva), captação de chorume e gás. (…) Tem também recirculação do chorume que é coletado e levado para cima da pilha do lixo, diminuindo a sua absorção pela terra  ou  eventualmente  outro  tipo  de  tratamento.
(…)
Aterro sanitário (…) tem o terreno preparado previamente com o nivelamento de terra e com o selamento da base com argila e mantas de PVC extremamente resistente. Com essa impermeabilização do solo, o lençol freático não será contaminado pelo chorume. (…) A operação do aterro sanitário, assim como a do aterro controlado, prevê a cobertura diária do lixo, não ocorrendo a proliferação de vetores, mau cheiro e poluição visual.

GÊNERO TEXTUAL 1 – NOTÍCIA
Redija uma notícia, com até 15 linhas, aos leitores do Jornal da Cidade, apresentando informações sobre o destino dos resíduos urbanos nas cidades brasileiras.



Redação
PROPOSTA  1
Leia, cuidadosamente, os textos a seguir:
A) O futebol no Brasil não é um esporte. É o jogo da bola, da malícia e do drible. É o jogo que reflete
a própria nacionalidade de uma terra dominada pela paixão da bola. No espaço do jogo, o futebol brasileiro é
capaz de esquecer o próprio objetivo do gol, convicto de que a virtude sem alegria é uma contradição.
Ganhemos a Copa ou não, somos os campeões da paixão despertada pela bola!
                                                                                  Betty Milan. Brasil, o País do Futebol.
  B) Chego do mato vendo tanta gente de cara triste pelas ruas, tanto silêncio de derrota dentro e fora
das casas, como se o gosto da vida se tivesse encerrado, de vez, com as cinzas do finado carnaval dos
últimos dias.
  Imperdoável melancolia de quem sabe, e sabe muito bem, que esta deliciosa cidade não é samba,
apenas; que o Rio, alma do Brasil, afina também seus melhores sentimentos populares por outra paixão não
menos respeitável − o futebol.
     Esse abençoado binômio, carnaval-futebol, é que explica e eterniza a alma esférica da gente mais
alegre de nosso alegre país.
                                                                                        Armando Nogueira. Na grande área.
             Redija um relato pessoal, contando uma experiência vivida por você como torcedor da seleção brasileira de
futebol.
                  C)
  Características do gênero “relato pessoal”:
       Trata-se de uma exposição escrita de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos
mais ou menos seqüenciados, em que são apresentados os seguintes elementos:  quem, onde,
quando, como,  porque e para que.